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Argentina vence Holanda nos p�naltis e enfrenta a Alemanha na final da Copa

O maior p�blico da curta hist�ria do Itaquer�o –63.267 pessoas– viveu nesta quarta (9) uma tarde de muita provoca��o entre os torcedores, bastante chuva, um frio de 16�C que se fez notar, sobretudo porque o jogo avan�ou noite adentro na s�tima prorroga��o desta Copa, ap�s o primeiro 0 a 0 do est�dio.

Quem passou por tudo isso foi recompensado por um duelo eletrizante que levou a Argentina para a final da Copa ap�s bater a Holanda nos p�naltis por 4 a 2.

Batidas do lado onde havia maior concentra��o da torcida argentina, as cobran�as consagraram o goleiro Romero, que pegou duas cobran�as. O t�cnico da Holanda, Louis van Gaal, apostou contra os p�naltis, ao contr�rio do que fizera nas quartas. Gastou suas tr�s substitui��es para colocar o time no ataque, em vez de guardar uma para Krul, o goleiro que defendeu duas cobran�as da Costa Rica. Vlaar, provavelmente o melhor do lado da Holanda, errou a cobran�a que abriu a s�rie, e Sneijder tamb�m perdeu.

Foi a senha para os argentinos explodirem numa gritaria sem fim no Itaquer�o. Ou melhor, continuar, porque at� ali, dentro e fora do est�dio, eles s� tinham parado de gritar para impulsionar Messi e seus companheiros quando dedicavam o tempo a provocar os brasileiros por causa da goleada diante da Alemanha, quando a Holanda tinha alguma chance de gol e no minuto de sil�ncio em respeito a Di Stefano, um dos maiores nomes do futebol do pa�s, morto nesta semana.

Foi um jogo bem diferente do da v�spera, como prova o zero a zero dos 90 minutos. Quando o jogo avan�ou a primeira meia hora, a Fifa achou por bem lembrar, em sua narrativa ao vivo: "24 horas atr�s, nesse mesmo hor�rio, estava 5 a 0 para a Alemanha sobre o Brasil".

Se o Mineir�o consagrou Klose como o maior artilheiro das Copas, o que houve no Itaquer�o foi um jogo dos defensores. Vlaar, do lado holand�s, e Mascherano, do Argentino, se mostravam intranspon�veis –sendo que Vlaar depois perderia um p�nalti.

Foi um jogo duro. Bruno Indi enfiou a m�o no peito de Messi quando ia ser driblado. Mascherano foi ao ch�o, zonzo, depois de disputar uma bola no alto com Wijnaldum. Demichelis acertou um chute direto na canela de Sneijder. Janmaat foi ao ch�o ap�s saltar com Rojo. Vlaar chegou a se deitar no ch�o, de frente, para tirar uma bola de Higua�n (o auxiliar apontou falta).

Foi um jogo de provoca��o tamb�m dentro de campo. Higua�n passou a m�o de maneira n�o exatamente carinhosa na cabe�a de Vlaar quando o holand�s cortou um cruzamento que chegaria para o argentino marcar. Ag�ero entrou na frente do goleiro Cillessen quando ele tentava armar um contra-ataque.

Um dos gestos, por sinal, lembrou o que a Argentina na �nica vit�ria que registrava sobre a Holanda, na final da Copa de 1978. Na volta do intervalo, deixou os holandeses sozinhos no campo, algo n�o usual na Copa (e que tem mais como acontecer no in�cio do jogo porque a Fifa agora obriga as equipe a entrarem juntas). Talvez porque mal tivesse tocado na bola at� ent�o, Robben aproveitou. Ficou tocando-a com seu companheiros e driblando sozinho.

Foi um jogo de gato e rato. O t�cnico da Argentina, Alejandro Sabella, viu que nas partidas anteriores a lateral esquerda dos holandeses havia sido um caminho mais f�cil at� o gol, e seu time atacou pra cima de Blind. No intervalo, o treinador da Holanda, Louis van Gaal, disparou um domin� para fechar a porta: colocou o lateral direito Janmaat no lugar de Bruno Indi, puxou Blind para a zaga e mandou Kuyt para o outro lado do campo, na lateral esquerda.

Foi um jogo de montanha-russa. Se a Argentina foi melhor no primeiro tempo, a Holanda equilibrou no segundo. Teve at� uma chance para marcar quando os acr�scimos eram anunciados no alto falante –mas Mascherano, numa recupera��o incr�vel, travou Robben e permitiu que os argentinos voltassem a respirar na arquibancada, depois de um raro e breve sil�ncio.

Foi um jogo em que a Holanda manteve sua tradi��o de jogar como nunca e perder como sempre. Fracassou depois de deixar boa impress�o ao fazer a melhor campanha da primeira fase da Copa, virar em seis minutos sobre o M�xico e colocar um goleiro s� para superar a Costa Rica na decis�o de p�naltis. Nenhuma sele��o chegou tantas vezes � semifinal sem jamais ter erguido a ta�a.

Foi tamb�m um jogo em que a Argentina manteve o tabu de nunca ter perdido uma semifinal de Copa. Vai jogar sua quarta decis�o –acumula duas vit�rias e duas derrotas. O duelo de domingo � o maior replay de finais das Copas: ser� a terceira vez que Alemanha e Argentina decidir�o o t�tulo. Cada sele��o ganhou uma vez: a Argentina em 1986, no M�xico, e a Alemanha, em 1990.

Foi um jogo que abriu caminho para Messi, bastante apagado na semifinal, buscar um lugar definitivo no pante�o da bola. Ele j� foi eleito quatro vezes o melhor jogador do mundo. Ganhou duas vezes o Mundial de Clubes e tr�s vezes a Liga dos Campe�es da Europa. Liderou a melhor forma��o da hist�ria do Barcelona. Mas at� agora carregava um hist�rico pobre com sua sele��o –disputara duas Copas sem jamais ter ido al�m das quartas de final e sem ter brilhado. No Maracan�, ter� sua chance.

Livraria da Folha

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