Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Sha'Carri Richardson é o nome a ser batido nos 100 m em Paris

Excluída dos Jogos de Tóquio por uso de maconha, atual campeã mundial mira fim da hegemonia jamaicana na prova

São Paulo

"Estou aqui. Sou a campeã. Eu disse a vocês. Não apenas voltei, estou melhor."

Foram essas as palavras escolhidas pela corredora norte-americana Sha'Carri Richardson para celebrar seu primeiro título mundial na prova de 100 metros rasos, em agosto de 2023, em Budapeste, surpreendendo as favoritas Shelly-Ann Fraser-Pryce e Shericka Jackson, da Jamaica.

Richardson cruzou a linha de chegada à frente das duas campeãs olímpicas com o tempo de 10s65, estabelecendo o novo recorde da competição.

Imagem de uma atleta em movimento durante uma corrida. A foto está desfocada devido à alta velocidade da corredora, que está vestindo um uniforme amarelo e tem o número 6 preso à sua perna. O fundo mostra uma pista de corrida com cores azul e vermelha, e a imagem transmite uma sensação de velocidade e dinamismo.
Sha'Carri Richardson na semifinal dos 200 metros na seletiva olímpica dos EUA; atleta terminou a final na quarta posição e não se classificou para a prova nos Jogos de Paris - Christian Petersen/Getty Images via AFP

Foi um retorno triunfal para a atleta de 24 anos que, apenas dois anos antes, havia sido excluída dos Jogos de Tóquio por fumar maconha.

Em 2021, a corredora venceu a seletiva olímpica dos Estados Unidos nos 100 m e era apontada como uma das candidatas com potencial para interromper o domínio jamaicano na prova —as corredoras do país caribenho ocuparam o lugar mais alto do pódio olímpico nas últimas quatro edições dos Jogos, com Shelly-Ann Fraser-Pryce, em 2008 e 2012, e Elaine Thompson-Herah, em 2016 e 2021.

A última vez em que os Estados Unidos ficaram com o ouro na prova mais nobre do atletismo foi em Atlanta, em 1996, quando Gail Devers conquistou o bicampeonato. Em Sidney-2000, a norte-americana Marion Jones chegou a vencer a disputa, mas foi posteriormente desclassificada ao admitir ter se dopado para melhorar o desempenho.

No caso de Sha'Carri Richardson, o uso de maconha, flagrado na coleta de urina da atleta após a prova da seletiva olímpica, não teve como intuito melhorar sua performance.

A corredora justificou que fez o uso da planta como forma de lidar com a morte da mãe naquele ano. "De alguma forma, estava tentando esconder minha dor", declarou na época. "Sou humana", escreveu ela na ocasião, em uma publicação nas redes sociais.

Embora a maconha seja legalizada no Oregon, local da disputa da seletiva olímpica dos Estados Unidos naquele ano, seu uso é proibido em competições pela Wada (Agência Mundial Antidoping).

A agência antidoping alega que, além de ir contra o espírito olímpico, a erva contribui no alívio da ansiedade, o que, em tese, poderia ser uma vantagem aos atletas para lidar com o estresse das competições.

Após cumprir a suspensão de um mês pelo uso de Cannabis que lhe tirou a chance de disputar sua primeira Olimpíada, Richardson voltou às pistas, mas sem conseguir repetir o mesmo desempenho. Em sua primeira prova desde então, em agosto de 2021, terminou a final na nona e última posição.

Em julho de 2023, já de volta à sua melhor forma, a corredora —que é conhecida pelas cores extravagantes nos cabelos e nas unhas— sagrou-se campeã dos 100 m no USA Outdoor Track and Field Championships, o torneio nacional de atletismo dos Estados Unidos, assegurando sua vaga no Mundial.

Um mês depois, em Budapeste, além de desbancar as favoritas jamaicanas, Richardson também ajudou a equipe dos Estados Unidos a faturar o revezamento 4 x 100 m, estabelecendo o tempo recorde da competição de 41s03, além de ficar com o bronze nos 200 m.

Na seletiva olímpica dos Estados Unidos para os Jogos de Paris, em junho deste ano, ela venceu novamente a disputa de 100 m com o tempo de 10s71 e chega à França como a atual campeã mundial e o nome a ser batido.

No Stade de France, onde será realizada a final feminina dos 100 m, no dia 3 de agosto, às 21h20 (horário de Brasília), Richardson deve ter mais uma vez ao seu lado na linha de largada as jamaicanas Shericka Jackson e Shelly-Ann Fraser-Pryce, primeira e terceira colocadas no campeonato nacional jamaicano, que deve servir como base para o comitê olímpico do país selecionar as corredoras que estarão em Paris. Tia Clayton, de apenas 19 anos, ficou com a segunda colocação. Atual bicampeã olímpica, Elaine Thompson-Herah não estará em Paris devido a uma lesão no tendão de Aquiles.

"Sinto que tudo, cada capítulo que passei na minha vida me preparou para este momento", declarou Richardson logo após vencer a seletiva olímpica. "Mal posso esperar para ir a Paris e representar [os Estados Unidos]."

Raio-X

Sha'Carri Richardson

  • Nome

    Sha'Carri Richardson

  • Idade

    24

  • Nascimento

    Dallas (Estados Unidos)

  • Altura

    1,55 m

  • Participações olímpicas

    Nenhuma

  • Principais resultados não olímpicos

    Campeã mundial nos 100m e no revezamento 4x100m

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