Atletas de triatlo nadam no rio Sena despoluído em evento teste para Olimpíadas de 2024

Há duas semanas, uma prova de natação em águas abertas foi cancelada por más condições sanitárias

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Paris | RFI

A triatleta britânica Beth Potter venceu nesta quinta-feira (17) o primeiro evento-teste das Olimpíadas de 2024 em Paris realizado no rio Sena, que foi despoluído para os Jogos. A expectativa agora é confirmar que os atletas não terão problemas de saúde depois de nadarem no local –há duas semanas, a prova de natação em águas abertas foi cancelada por más condições sanitárias.

Líder na disputa pelo mundial feminino, Potter venceu a francesa Cassandre Beaugrand, vice-campeã, nesta repetição do que deverá ocorrer daqui a menos de um ano nas Olimpíadas, incluindo duas voltas de um percurso no Sena –entre as pontes Alexandre 3º e da Alma. O formato olímpico do triatlo é composto por 1,5 mil metros de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida.

Atletas de triathlon mergulham no rio Sena, com a torre Eiffel ao fundo, durante evento teste para as Olimpíadas de Paris - Miguel Medina/AFP

A competição foi um teste tanto para as atletas quanto para a organização dos Jogos Olímpicos. A prefeitura de Paris informou que a "mobilização coletiva sem precedentes para melhorar as águas" do rio, que corta a cidade de leste a oeste, "foi recompensada". Atual número 1 do mundo e vice-campeã olímpica e mundial, a britânica Georgia Taylor-Brown está lesionada na panturrilha e não participou.

Até domingo (20), os 65 melhores triatletas do mundo disputarão provas de qualificação para os Jogos. Na quarta-feira (16), a qualidade da água voltou a um "limiar satisfatório", explicou a prefeitura de Paris, especificando que o nível de escherichia coli –uma bactéria encontrada nas fezes– caiu para abaixo do limite máximo regulamentar (1.000 CFU por 100 ml). O controle da qualidade da água será diário nos quatro dias de competição, com análises laboratoriais e ferramentas de medição instantânea.

Obras para garantir os Jogos

Até Paris 2024, o Comitê de Organização dos Jogos Olímpicos conta com a entrada em funcionamento da bacia de Austerlitz, que vai armazenar a água da chuva para evitar contaminações e permitir que o mundo inteiro possa ver os atletas nadando no Sena, mesmo em caso de mau tempo.

Além da rigorosa disciplina para os treinamentos, os atletas de triatlo têm de enfrentar águas em condições muitas vezes deploráveis. Poluição, ratos, lixo e bactérias são alguns dos problemas, que, com frequência, acabam ameaçando a saúde dos esportistas. De acordo com uma reportagem do "Le Monde", 57 atletas ficaram doentes após uma etapa do campeonato mundial em Sunderland, no Reino Unido –inclusive o campeão, o francês Pierre Le Corre.

Alguns dias depois da competição, testes de água no local mostraram que os níveis de escherichia coli eram 39 vezes maiores do que o normal.

Melhores do mundo em Paris

Apenas quatro atletas do top 20 masculino e feminino do mundo estarão ausentes dos testes em Paris. Os destaques das competições serão os dois campeões olímpicos, o norueguês Kristian Blummenfelt e a bermudense Flora Duffy, que estarão na largada na ponte Alexandre 3º.

Desde a conquista do título, em Tóquio, em 2021, Blummenfelt tem se concentrado no Ironman, provas de triatlo de longa distância. Seu nível, em uma prova com as mesmas características que a das Olimpíadas, será observado por seus adversários em Paris, em uma distância menor, quando pode faltar um pouco de velocidade. O britânico Alex Yee, o neozelandês Hayden Wilde, o australiano Matthew Hauser e o francês Pierre Le Correja já venceram em temporadas anteriores de competições mundiais.

Após as provas do paratriatlo no sábado (19), França, Noruega e Grã-Bretanha disputam a vitória no domingo (20) no revezamento misto do Campeonato Mundial.

(Com informações da AFP)

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