Em confronto das oitavas de final da Copa do Qatar com um claro favorito, a maior atração é o duelo entre dois dos principais jogadores da atualidade, o jovem Kylian Mbappé, 23, e o experiente Robert Lewandowski, 34.
França e Polônia se enfrentam neste domingo (4), às 12h (de Brasília), no estádio Al Thumana, em Doha. O vencedor será um dos oito melhores do Mundial, e o perdedor pegará o avião de volta para casa.
A motivação dos dois lados é alta. A França busca o segundo título seguido em Copa (o terceiro na história), e a Polônia tenta sua melhor campanha desde o Mundial de 1982, na Espanha, quando foi semifinalista. Depois, o mais longe que alcançou foram as oitavas de final, no México-1986, quando levou de 4 a 0 do Brasil.
Por mais que estejam em campo 11 contra 11, os holofotes da partida estarão direcionados a maior parte do tempo ao maior astro da França e ao único da Polônia.
Campeão em 2018, na Rússia, aos 19 anos, tendo inclusive feito um gol na decisão contra a Croácia, Mbappé tornou-se desde então um dos principais jogadores do planeta.
Tanto que hoje, mesmo tendo como parceiros no Paris Saint-Germain craques como Messi e Neymar, ele já é considerado a estrela do time.
É o artilheiro do Campeonato Francês, interrompido, como todos os que estavam em andamento, para a Copa. E foi também do último. E do penúltimo. E do antepenúltimo.
No Qatar, Mbappé teve sua responsabilidade ampliada depois que, às vésperas da estreia, soube-se que Benzema, goleador do Real Madrid e atual ganhador da Bola de Ouro (prêmio concedido ao melhor jogador do mundo), estaria fora do Mundial devido a lesão no quadríceps da coxa esquerda.
Nas duas partidas iniciais, destacou-se conforme esperado. Um gol e uma assistência no 4 a 1 na Austrália, dois gols no 2 a 1 na Dinamarca.
Com a França classificada, o treinador Didier Deschamps poupou os titulares para o terceiro jogo no Grupo D, e Mbappé só entrou no segundo tempo, com a França perdendo da Tunísia.
O camisa 10 não conseguiu, dessa vez, levar a equipe ao empate, mas espera, indo a França para a partida contra a Polônia com força total, retomar a fase artilheira.
Do outro lado, a Polônia entra no jogo no papel de azarão –assumidamente.
O atacante Milik declarou ser necessário uma scooter (motoneta) para perseguir e parar Mbappé , e o goleiro reserva Grabara afirmou que a possibilidade de eliminar a França é de 1%.
O treinador Czeslaw Michniewicz, contudo, afirmou que não pretende deixar o Oriente Médio já. "Não arrumamos as malas, não estamos prontos para sair."
Ele afirmou que a França não tem pontos fracos, o que fará a Polônia ter de aproveitar qualquer possível erro do rival, e que sua seleção precisa dar um jeito de a bola chegar mais ao centroavante Lewandowski, duas vezes eleito o melhor do mundo pela Fifa (2020 e 2021) e maior artilheiro da história da seleção, com 77 gols.
Capitão da Polônia, Lewa, que nesta temporada trocou o Bayern de Munique pelo Barcelona, tem um gol no Mundial qatariano, marcado no segundo jogo, contra a Arábia Saudita. Foi seu primeiro e até aqui único tento em Copas do Mundo, em seis partidas, três agora, três quatro anos atrás.
Na estreia no Grupo C, desperdiçou pênalti diante do México –defendido pelo goleiro Ochoa– e contra a Argentina de Messi sofreu com o isolamento, já que os poloneses pegaram pouco na bola e ele quase não foi acionado.
"É necessário limitar a influência dele [Lewandowski] no jogo", afirmou o técnico Deschamps. "Quanto menos bolas ele receber, menos perigoso será. É um jogador inteligente, com habilidade técnica, que usa muito bem o corpo. Qualquer bola pode ser perigosa com ele."
Para a seleção de Deschamps, a partida em Doha terá um recorde e pode ter outro.
Entrando em campo, o goleiro e capitão Lloris será, empatado com o ex-lateral Liliam Thuram (campeão mundial em 1998), o jogador com mais partidas (142) pela França.
E o atacante Giroud, caso marque seu terceiro gol neste Mundial, se tornará o maior artilheiro, isoladamente, da história dos "Bleus" (Azuis). Chegará a 52 e ultrapassará o célebre Thierry Henry.
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