Um treinador de esgrima foi preso temporariamente nesta segunda (11) em Curitiba, sob suspeita de abusar sexualmente de uma aluna de 12 anos.
O professor, cujo nome não foi divulgado, integrava a equipe do Círculo Militar do Paraná, clube de referência na formação de atletas e conveniado ao Comitê Brasileiro de Clubes. Alunos de esgrima do clube já foram convocados para a seleção brasileira e competiam em nível nacional.
A vítima era aluna bolsista do treinador e disse ter aulas individuais três vezes por semana. “Ele tentava ganhar a confiança da menina, sempre falando que ela era um talento, que precisava investir nesse talento”, afirmou o delegado José Barreto, do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente).
O treinador concedeu bolsa integral para a adolescente e emprestou uma espada de esgrima a ela.
Os abusos aconteciam durante os treinamentos, na hora do alongamento, segundo a vítima relatou à polícia. O professor alisava suas pernas e órgão genital, beijava seus seios e chegou a inserir o dedo na genitália da menina, de acordo com o relato.
Em depoimento, ele negou as suspeitas e disse que nunca nem sequer tocou na aluna.
Segundo o Círculo Militar, o professor foi dispensado na semana passada, por motivos financeiros.
Ele dava aulas no local desde maio de 2016 e treinou cerca de 30 atletas, "sem nunca ter sido denunciado por qualquer ato ilícito ou comportamento profissional inadequado", informou o clube, que disse ter sido surpreendido pela prisão.
As aulas de esgrima, segundo a instituição, eram coletivas.
Não há, por ora, notícias de outras vítimas do treinador. Mas a Polícia Civil continua investigando o caso.
Seu telefone celular e computador foram apreendidos e estão sendo verificados pela polícia, em busca de mensagens suspeitas ou materiais de pedofilia.
O Círculo Militar manifestou solidariedade à atleta e instaurou uma comissão de sindicância para apurar o caso e ouvir outros atletas que tiveram aulas com o professor.
O treinador deve ser indiciado sob suspeita de estupro de vulnerável, cuja pena é de 8 a 15 anos de reclusão. Ele está detido temporariamente, por 30 dias. A investigação corre em sigilo.
Em nota, a Confederação Brasileira de Esgrima informou que repudia “toda e qualquer forma de assédio”, e que está trabalhando, em parceria com o Comitê Olímpico do Brasil, no desenvolvimento de uma política de prevenção ao assédio moral e sexual entre atletas e treinadores.
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