A dois anos do início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, começa a disputa entre os atletas para assegurar um lugar no evento. Até o final deste ano, 177 vagas serão definidas em Mundiais de seis modalidades.
Vela, tiro esportivo, ginástica rítmica, esportes equestres (saltos, adestramento e concurso completo de equitação), basquete feminino e ginástica artística são esportes que classificam atletas para os Jogos já em 2018.
O primeiro torneio a distribuir vagas para a Olimpíada é o Mundial de vela, em Aarhus (DIN), com provas a partir de quinta (2). Estarão em jogo nada menos do que 101 vagas em todas as dez classes, feminina e masculina.
O coordenador da equipe brasileira na competição, Torben Grael, dono de cinco medalhas olímpicas como atleta, elenca em que categorias o Brasil tem mais chances.
“Neste primeiro momento de busca pela classificação olímpica, temos cinco classes um pouco mais bem posicionadas: 49er FX, Finn, 470 feminina, RS:X feminina e Nacra 17. Temos boas chances em todas elas. E ainda temos correndo por fora classes como a 470 masculina e a 49er, com chance boa de ficar na flotilha ouro e estar na briga”, afirma.
No Mundial, o Brasil é favorito na classe 49er FX, com Martine Grael e Kahena Kunze. Campeãs olímpicas na Rio 2016, foram medalhistas de ouro no Mundial de 2014. Jorge Zarif, líder no ranking mundial da Finn, também pode assegurar a vaga brasileira na Dinamarca.
O tiro esportivo é a modalidade com a segunda maior oferta de vagas olímpicas ainda em 2018.
O Mundial de Changwon, na Coreia do Sul, a partir de 31 de agosto, contemplará 48 vagas olímpicas nas provas femininas e masculinas. Felipe Wu, prata na prova da pistola de ar 10 m nos Jogos do Rio-2016, desponta como maior esperança de assegurar um lugar na próxima Olimpíada com antecedência.
Outro evento com boa oferta de vagas ainda em 2018, os Jogos Mundiais Equestres estão marcados para a cidade de Tryon (EUA), a partir de 11 de setembro. Durante a competição, 18 vagas estarão em disputa nos respectivos mundiais nas modalidades olímpicas dos saltos, adestramento e CCE (concurso completo de equitação).
O quarto Mundial com mais vagas olímpicas em disputa este ano é o da ginástica artística, marcado para Doha (Qatar), a partir de 25 de outubro. Serão definidas as primeiras seis vagas na competição por equipes, três para cada gênero.
Com nomes fortes como Arthur Zanetti e Arthur Nory (medalhistas em 2016), além de Flavia Saraiva, esperança no feminino, o Brasil pode sonhar em brigar por uma dessas vagas ainda neste ano.
Mas a temporada de Mundiais dos esportes olímpicos também será importante mesmo para os torneios que ainda não definirão alguns dos classificados para Tóquio.
Os mundiais mais relevantes previstos para o segundo semestre são os de vôlei (masculino e feminino), judô e basquete feminino.
O primeiro deles será o masculino de vôlei, que acontecerá em duas sedes (Bulgária e Itália), a partir de 9 de setembro. Já o feminino será realizado no Japão, com início marcado para 29 de setembro.
Após a decepção das duas seleções na Liga das Nações, quando ficaram fora do pódio, esses mundiais são a chance ideal para conquistar um resultado importante e recuperar o favoritismo no cenário internacional da modalidade.
A safra dos mundiais servirá até para que modalidades recém-incluídas na Olimpíada possam adquirir um intercâmbio fundamental.
“Como agora temos recursos da Lei Piva, estamos mandando atletas para etapas de Copas do Mundo e chegaremos melhor preparados para o Mundial de Innsbruck”, diz Janine Cardoso, vice-presidente da ABEE (Associação Brasileira de Escalada Esportiva).
Em algumas modalidades, o período de classificação olímpica já começou. Esportes cujas vagas serão definidas por rankings, como triatlo, judô, ciclismo mountain-bike, caratê e golfe já estão contabilizando pontos para as classificações.
O único esporte que já definiu ao menos uma vaga é o futebol. A seleção brasileira feminina assegurou seu lugar em abril, quando venceu a Copa América.
O COB (Comitê Olímpico do Brasil) não faz uma previsão de números de vagas que poderiam ser conquistadas ainda este ano. No último dia 23, a entidade anunciou seu planejamento para Tóquio, quando prevê levar cerca de 250 atletas para a próxima Olimpíada.
O número, se confirmado, será próximo dos 259 que o Brasil enviou para Londres-2012. No Rio-2016, o COB teve a maior delegação olímpica de sua história, formada por 465 atletas. A principal diferença é que por ser o país-sede, o Brasil tinha presença assegurada em praticamente todos os esportes.
Apenas o hóquei feminino, por não alcançar nível técnico mínimo exigido pela federação internacional, não participou dos Jogos.
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