Recorde de Robson Caetano completa 25 anos e exp�e crise brasileira nos 100 m
"�s suas marcas".
Quando o alto-falante do Est�dio Luzhniki, em Moscou, anunciar a entrada dos competidores das eliminat�rias dos 100 m no Mundial de atletismo, no pr�ximo dia 10, nenhum brasileiro se posicionar� nos blocos de largada.
- Especialistas n�o creem em quebra de recorde nacional dos 100 m at� 2016
- Ap�s recorde nos 200 m, Fonteles corre os 100 m no Mundial paraol�mpico
Pela primeira vez desde que o campeonato foi criado, em 1983, o pa�s n�o ter� representante na mais nobre prova dos esportes ol�mpicos.
O Brasil parou no tempo. Um atraso de 25 anos, desde quando o cron�metro travou na marca que at� hoje � recorde nacional e sul-americano.
Em 22 de julho de 1988, na Cidade do M�xico, Robson Caetano fez 100 m em 10s00.
"Corri em 9s99", protesta o ex-atleta, hoje com 48 anos.
De acordo com Robson, os mexicanos fizeram um arredondamento "desastroso" que o impediu de estar oficialmente entre os atletas na casa dos nove segundos.
H� 25 anos, o tempo deixava o brasileiro entre as dez melhores marcas daquela temporada, embora n�o fosse exatamente uma fa�anha.
Em 1960, o alem�o Armin Hary j� havia cravado os mesmos 10s00. Em 1968, o americano Jim Hines se tornou o primeiro abaixo da marca padr�o, ao registrar 9s95.
Quase meio s�culo depois, o mundo evoluiu a passos largos. Ao todo, 90 atletas representando 22 pa�ses "ultrapassaram" Robson --na hist�ria, a marca dos 10s00 foi superada 636 vezes.
O Brasil corre no sentido anti-hor�rio. O melhor tempo desde 1988 foi o 10s06 de Andr� Domingos, em 1999.
Na atual temporada, Jos� Carlos Moreira, o Cod�, lidera o ranking nacional com 10s16, mas � apenas o 136� na listagem internacional.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
"Eu corri com tr�s pregos numa sapatilha e quatro na outra [a esquerda]. Era o que tinha na �poca. Eu consegui, mostrei que � poss�vel um sul-americano quebrar essa barreira dos dez. Como n�o conseguem hoje? Com essas sapatilhas mais leves, melhores, com o piso de qualidade nas pistas? � inconceb�vel", afirma o recordista � Folha.
Se em 1988 o recorde mundial era 9s92, hoje � de 9s58, e pertence ao jamaicano Usain Bolt desde 2009.
"A impress�o que tenho � que est�o mexendo no cron�metro ou o sapato � t�o especial que joga para frente", brinca Robson, que n�o perdoa envolvidos em doping.
Na Olimp�ada de Seul-88, o brasileiro ficou na quinta coloca��o na final dos 100 m.
Daquela prova, apenas ele e o americano Calvin Smith n�o se envolveram, de alguma forma, em esc�ndalos com subst�ncias proibidas. Nos mesmos Jogos, Robson ganhou o bronze, nos 200 m.
At� a Olimp�ada de 2016, o ex-atleta carioca espera que sua marca seja, enfim, quebrada por um brasileiro, "para o recorde ficar em casa".
Mas o sul-americano mais pr�ximo do feito � o equatoriano Alex Qui�onez, 23, que este ano j� correu em 10s09.
"J� vi juras de atletas, mas at� hoje nada. Esta � a prova rainha, realizei meus sonhos por causa dela. Sua vida muda em dez segundos", diz Robson, que usa este lema em palestras, afinal, h� 25 anos, esta � a sua marca.
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