O Colégio de Médicos advertiu o cientista midiático francês Didier Raoult por promover a hidroxicloroquina como tratamento contra a Covid-19 sem se basear "em dados confirmados", segundo a decisão enviada nesta terça-feira (7) à AFP.
"O professor Raoult, em vários veículos e especialmente em seu canal no Youtube, deu informações que não se baseavam em dados confirmados, sem mostrar a prudência necessária", afirmou a câmara de disciplina do Colégio de Médicos de Bordeaux (sudoeste), que analisou o caso.
Desde o final de 2020, o especialista em infecções de 69 anos, à frente de um centro médico universitário de Marselha (sudeste da França), é alvo de duas denúncias do Colégio de Médicos do departamento de Marselha e do Conselho Nacional desta ordem (CNOM).
Os dois colégios criticaram o médico, com quem o presidente francês Emmanuel Macron conversou em abril de 2020 sobre o uso da hidroxicloroquina, utilizado contra a malária, para combater o coronavírus, por ter violado vários artigos do código de ética.
A câmara de disciplina também o considerou culpado de "divulgar nos círculos médicos um procedimento de tratamento novo e insuficientemente testado" e de se dirigir de "forma pouco correta, rude e inclusive agressiva" a outros médicos.
No entanto, essa instância o absolveu por "charlatanismo" e considerou que os pacientes para quem prescreveu o medicamento não correram nenhum risco injustificado, ao receberem as "doses normalmente recomendadas".
A hidroxicloroquina, um princípio ativo usado contra a malária, não foi comprovada como eficaz contra a Covid, embora tenha sido defendida com veemência por presidentes como o do Brasil, Jair Bolsonaro, e Estados Unidos, Donald Trump.
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