O governo de São Paulo anunciou neste domingo (13) a antecipação em 30 dias de todo o cronograma de vacinação contra a Covid-19 no estado de São Paulo.
Segundo o governador João Doria (PSDB), até 15 de setembro todos os residentes do estado deverão ter recebido pelo menos a primeira dose do imunizante.
Com a antecipação, 4,45 milhões de pessoas com idades entre 40 e 49 anos, que antes seriam vacinadas em julho, agora serão vacinadas em junho. Outros 3 milhões, com idades entre 50 e 59 anos, tiveram a vacinação antecipada dentro do próprio mês de junho.
"Antecipamos, portanto, em 30 dias o prazo de vacinação em São Paulo. Essa é uma grande notícia para todos os brasileiros, paulistas e residentes aqui em São Paulo com idade acima de 18 anos. Os adultos estarão vacinados até 15 de setembro", disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
"Esse é o maior avanço em toda a nossa campanha, neste momento. Quase 7,5 milhões de pessoas serão vacinadas em um mês no estado de São Paulo. O avanço é planejado com base em remessas de vacinas previstas pelo Programa Nacional de Imunização", afirmou a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula.
O calendário é baseado nas perspectivas de entregas de vacina do Ministério da Saúde. Isso significa que para que o cronograma seja cumprido, o governo federal precisa entregar ao estado as remessas dos imunizantes dentro dos prazos estipulados.
Mas isso depende da chegada de insumos da China para a fabricação das vacinas no Brasil. A falta de matéria prima já levou à paralisação da produção das vacinas Coronavac e da Oxford/AstraZeneca.
Doria aproveitou o anúncio para fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que provocou aglomerações e confusão no trânsito em São Paulo durante uma motociata no sábado (12).
"Em São Paulo, nós vamos vacinar. Aqui não é a terra da cloroquina, aqui é a terra da vacina", disse, em referência à insistência de Bolsonaro no medicamento, que é ineficaz contra o coronavírus.
"Que triste é o país que tem que combater o coronavírus e que tem que combater também o vírus da displicência e negacionismo", acrescentou.
Devido à falta de IFA (ingrediente farmacêutico ativo), o governo Bolsonaro reduziu três vezes a previsão de doses a serem entregues em junho. Passou de 52,2 milhões de doses para 43,8 milhões e, dias depois, para 39,9 milhões. Nesta quarta-feira (9), foi para 37,9 milhões.
O governador também criticou a demora do governo federal em adquirir vacinas e iniciar a campanha de imunização no país.
"Já em outubro tínhamos 6 milhões de doses da vacina, a vacina do Butantan. Poderíamos ter iniciado no final de outubro ou no mais tardar no início de novembro. Quantas vacinas o Brasil deixou de comprar e quanto retardo implicou no atraso da vacinação e vidas que foram perdidas", disse.
Questionado se estaria recebendo alguma ajuda de Bolsonaro no financiamento da Coronavac, Doria teceu críticas ao presidente, e afirmou que a compra das vacinas pelo Ministério da Saúde, por meio do SUS, é obrigação da pasta.
"O presidente da República não ajuda São Paulo, nunca ajudou ao longo dessa pandemia, só prejudicou. E não foi São Paulo, ele prejudicou o Brasil", afirmou. "Parte desses 486 mil que perderam a vida deve-se exatamente à atitude negacionista e criminosa do presidente da República."
Após o anúncio, o ministro da Saúde ironizou Doria no Twitter. "Com certeza, governador João Doria. Com as doses enviadas pelo @govbr, por intermédio do @minsaude, a população adulta do estado de São Paulo estará imunizada até setembro com a primeira dose da vacina contra Covid-19", escreveu.
"Quanto recalque, Ministro. Bom domingo e uma ótima semana. Por aqui, vacinando", respondeu o governador.
Segundo Paula, cerca de 400 mil pessoas não retornaram para tomar a segunda dose da vacina. Ela fez um apelo para que as pessoas retornem e completem seu esquema vacinal, independentemente do período que tenha passado.
Atualmente, fazem parte do Programa Estadual de Imunização as vacinas Coronavac, da Oxford/AstraZeneca e da Pfizer/BioNTech. De acordo com Paula, a expectativa é que dentro de 24 horas chegue o imunizante da Janssen, de dose única.
Na última quinta-feira (10), o governador já havia antecipado em 15 dias o cronograma de vacinação contra a Covid-19.
No mesmo dia, o governo paulista também prorrogou a fase de transição até 30 de junho, seguindo as orientações do Centro de Contingência ao Coronavírus.
Nesta etapa, os estabelecimentos podem funcionar com 40% da capacidade, das 6h às 21h e o toque de recolher permanece das 21h às 5h. Celebrações religiosas seguem autorizadas.
Veja quem já pode se vacinar e as próximas datas:
50 a 59 anos: 16 a 22 de junho
43 a 49 anos: 23 a 29 de junho
40 a 42 anos: 30 de junho a 14 de julho
35 a 39 anos: 15 a 29 de julho
30 a 34 anos: 30 de julho a 15 de agosto
25 a 29 anos: 16 a 31 de agosto
18 a 24 anos: 1º a 15 de setembro
Quem já pode se vacinar:
- Pessoas com mais de 60 anos
- Pessoas com comorbidades ou deficiência permanente (BPC) (acima de 18 anos)
- Grávidas e puérperas (acima de 18 anos)
- Metroviários e ferroviários (operadores de trem de todas as idades; outros trabalhadores com 47 anos ou mais)
- Motoristas e cobradores de ônibus
- Trabalhadores portuários e aeroportuários, aeroviários e aeronautas
- Profissionais da saúde autônomos (a partir de 30 anos)
- Transplantados imunossuprimidos, pacientes renais em diálise e pessoas com síndrome de Down (18 a 59 anos)
- Profissionais de segurança pública e administração penitenciária
- Trabalhadores da saúde que atuam na linha da frente da Covid-19, indígenas e quilombolas
-
Profissionais da educação
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