A empresa de consultoria que divulgou uma nota atribuída à Sinovac com críticas aos EUA e a imunizantes rivais da vacina contra Covid-19 de origem chinesa Coronavac afirmou que foi vítima de um golpe.
O texto foi divulgado por uma assessoria de imprensa baseada em Brasília contratada pela agência Pharos Consultores, e incluiu até errata sobre um de seus trechos. A Folha e outros veículos de imprensa a reproduziram no começo da noite de sábado (30).
O texto ainda fazia defesa da posição da China como distribuidora mundial de vacinas ante o que classificou de protecionismo do governo norte-americano, explicitando o transbordo da disputa sanitária para a geoplítica.
No final da noite, Erik Guerreiro, representante da Pharos, divulgou nota descrevendo o que chamou de golpe. "A Pharos foi contratada no dia 28 de janeiro pelo senhor Frank Zhang, CEO e fundador da Keen Risk Solution, no Brasil representado pelo senhor Liu Jia, professor visitante da Universidade de Brasília", disse.
Eles "se apresentaram como representante da Sinovac Biotech, para que fizéssemos a divulgação de um posicionamento oficial da fitofarmacêutica".
A Sinovac e a Embaixada da China negaram o teor da nota, conforme a Folha publicou. O texto tecia críticas ao governo americano pelo que considerava protecionismo no trato da vacinação de sua população e colocava em dúvida a segurança de vacinas ocidentais.
Segundo Guerreiro, a empresa descobriou "que ele [Zhang] apresentou documentos falsos e que fomos vítimas de um golpe, estamos reunindo informações sobre o contratante impostor, e iremos buscar reparação judicial".
A empresa de consultoria foi municiada com contratos de representação para provar a idoneidade dos contratantes.
A Sinovac criou a Coronavac, que teve sua fase 3 de testes clínicos realizados em parceria com o Instituto Butantan, e tornou-se a vacina mais amplamente disponível no país no começo da camapanha de imunização contra a Covid-19.
A reportagem não conseguiu contato com as pessoas citadas na nota da Pharos.
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