No dia em que ultrapassou a marca de 15 mil casos confirmados do novo coronavírus, a cidade de Campinas retornou à fase laranja do Plano São Paulo e irá reabrir comércio e serviços não essenciais a partir de segunda-feira (27).
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez o anunciou nesta sexta-feira (21), junto com uma nova quarentena de duas semanas no estado, que vai até 10 de agosto.
Além de Campinas, Araraquara e Araçatuba também passaram da fase vermelha para a laranja. Pela primeira vez nas atualizações do afrouxamento da quarentena pelo governo do estado, nenhuma região do estado regrediu.
Segundo a secretária do desenvolvimento econômico, Patrícia Ellen, a ocupação dos leitos na região de Campinas está em 78,3%, enquanto a de Araçatuba se estabilizou em 67%. Já Araraquara reduziu as internações em 14% e os óbitos, em 35%.
Doria também anunciou a abertura de cem novos leitos de UTIs nas próximas duas semanas no interior, em regiões que estão nas fases vermelha ou laranja.
De acordo com o governador, o estado teve queda no de número de casos, número de mortes e quantidade de internações de 5%, 3% e 4%, respectivamente. São Paulo chegou a 463.218 casos confirmados e 21.206 óbitos por coronavírus. Porém, a situação em partes do interior é de crescimento da pandemia.
Apenas no último mês, Campinas teve aumento de 144% no número de casos de coronavírus, subindo de 6.415 para 15.629. O número de mortes também mais do que duplicou, aumentando de 253 para 618, sendo 15 apenas nas últimas 24 horas. Há 707 casos e 27 mortes em investigação.
"Estamos classificados na cor laranja e o comércio poderá reabrir. É fundamental que todos tenham responsabilidade, que não se aglomerem, que tomem as medidas sanitárias de higiene e que usem máscara", anunciou o prefeito de Campinas, Jonas Donizette, em live nas redes sociais.
A mudança de fases do Plano São Paulo é definida pelo governo Doria, conforme a situação de cada localidade.
Em 3 de julho, a região havia sido reclassificada da fase laranja para a fase vermelha, diante da alta do número de casos do novo coronavírus e à superlotação do sistema hospitalar. Na ocasião, a cidade de Campinas registrava 87% de ocupação dos leitos de UTI exclusivos para Covid-19, índice levemente superior ao de hoje, de 86%. O limiar para passar à fase laranja seria de 75%.
Na véspera, Donizette havia pedido ao governo do estado para receber a estrutura do hospital de campanha do Pacaembu, que havia sido desativado, para conseguir atender a população.
Acabou definido que pacientes da região em estado grave poderiam ser transferidos para o Hospital de Campanha do Ibirapuera, onde havia baixa demanda. De acordo com o governo do estado, até quinta, 37 pacientes da região de Campinas foram transferidos ao Ibirapuera.
Drive-in para eventos
O decreto com os detalhes sobre o funcionamento na fase laranja será publicado no Diário Oficial de Campinas neste sábado.
A partir de segunda, comércio de rua e shoppings poderão funcionar por 4 horas mas em horários distintos. O comércio de rua será das 12h às 16h, de segunda a sexta, e das 9h às 13h, no fim de semana. Os shoppings poderão abrir todos os dias, das 16h às 20h, mas as praças de alimentação e serviço de valets continuarão proibidos.
Escritórios em geral também poderão funcionar, por um período de 4h.
Todos os locais autorizados a reabrir devem funcionar com 20% da capacidade e seguir o protocolo de higiene, como fornecer álcool em gel para funcionários e clientes, uso de máscaras e marcação no solo para garantir o distanciamento.
“É muito importante que todos, população e poder público, mantenham todos os cuidados de higiene e distanciamento social para que continuemos neste movimento virtuoso”, disse o secretário de Saúde, Carmino de Souza.
Haverá multa de R$ 1.446,44 para quem descumprir as regras, valor que dobra em caso de reincidência. Na terceira instância, o estabelecimento poderá ser fechado enquanto durar a quarentena.
Também será permitida a realização de eventos de entretenimento e religiosos em esquema de drive-in, mediante alvará prévio.
“Temos muitos pedidos para eventos”, afirmou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo, Alexandra Caprioli.
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