Fran�a: transplante de fezes cura pacientes com bact�ria resistente
Holly Lay/Flickr | ||
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Tratamento � usado contra bact�ria que provoca fortes diarreias e dores de barriga |
Um tratamento desenvolvido na Fran�a para combater a bact�ria Clostridium difficile, que provoca fortes diarreias e dores de barriga, dever� ser usado no futuro para tratar outras doen�as digestivas graves. Trata-se do transplante de fezes, m�todo que promete revolucionar a vida de muitos pacientes.
A Ag�ncia Nacional de Medicamentos francesa reconheceu a pr�tica em 2013, utilizada em cerca de 30 hospitais do pa�s. O princ�pio � simples e consiste em recolher amostras dos cerca de 100 bilh�es de microrganismos que comp�em a flora intestinal de indiv�duos saud�veis e introduzi-los no tubo digestivo dos doentes. A taxa de cura � de 90% para os portadores da bact�ria Clostridium.
"Na pr�tica, usamos as fezes de um doador, que ser� selecionado. Essa � a etapa mais complicada: achar o bom doador. Vai depender de sua hist�ria, seus antecedentes, dos rem�dios que toma. Depois faremos v�rios exames, para procurar agentes infecciosos no sangue e nas fezes", explica o gastroenterologista franc�s Harry Sokol, criador em 2014 do GFTF (Grupo Franc�s do Transplante de Fezes).
Em seguida, as fezes s�o misturadas com soro fisiol�gico e os res�duos s�o filtrados. A prepara��o pode ser usada imediatamente ou congelada a uma temperatura de - 80�.
O transplante � feito durante uma coloscopia ou atrav�s de uma sonda que vai at� o duodeno e deposita a subst�ncia. Na maior parte do tempo, uma hospitaliza��o � necess�ria, mas o objetivo � que o ato possa em breve ser ambulatorial. O m�todo, afirma o especialista franc�s, n�o assusta e nem intriga os pacientes. "Pelo contr�rio, eles s�o os primeiros a falar sobre o procedimento e a solicitarem o tratamento", diz Sokol.
S�NDROME DE CROHN
A novidade agora � que as pesquisas indicam que esse mesmo rem�dio poder� em princ�pio ser usado para tratar patologias como a doen�a de Crohn, processo inflamat�rio grave que provoca a necrose de partes do intestino e atinge principalmente jovens. O estudo est� em um est�gio avan�ado e os pacientes que v�o testar o m�todo j� foram selecionados.
"Teremos os primeiros resultados dos estudos no fim do ano. Mas, infelizmente, embora as pesquisas mostrem um resultado positivo no caso da doen�a de Crohn, para que o tratamento seja validado e possa ser usado no cotidiano precisamos de tempo", explica o gastroenterologista.
Al�m dessa doen�a, outros 155 estudos em torno da flora intestinal est�o sendo feitos no mundo envolvendo outras doen�as, como diabetes, obesidade, s�ndrome do intestino irrit�vel e efeitos da quimioterapia no intestino ou patologias autoimunes. Isso porque a composi��o da flora intestinal orienta a resposta do sistema imunol�gico. Sem contar a influ�ncia desse �rg�o misterioso no c�rebro.
"Sabemos, h� muito tempo, que existem fortes conex�es entre o c�rebro e o intestino, que um influencia o outro e vice-versa. Hoje os dados nos levam a crer que a flora intestinal tem um papel no desenvolvimento de doen�as neuropsiqui�tricas, como o autismo, o mal de Parkinson, talvez o mal de Alzheimer, depress�o e provavelmente outras patologias", diz o gastroenterologista franc�s.
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