Descrição de chapéu Governo Lula greve

Governo Lula lança PAC para universidades federais e tenta reverter greve de professores

Ministro da Educação anunciou investimento de R$ 5,5 bilhões e criação de dez novos campi

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou nesta segunda-feira (10) um PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para as universidades federais e para os hospitais universitários, com previsão de R$ 5,5 bilhões em investimentos.

O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que o novo programa vai contemplar ainda a construção de dez novos campi das universidades federais brasileiras.

O anúncio acontece em meio à pressão sobre o governo por causa da greve nas universidades federais brasileiras. Camilo e o presidente Lula, inclusive, escutaram cobranças em discursos durante o evento no Palácio do Planalto.

O presidente Lula durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília
O presidente Lula durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília - Pedro Ladeira - 28 mai.24/Folhapress

Os novos campi estarão em São Gabriel da Cachoeira (AM), Rurópolis (PA), Baturité (CE), Sertânia (PE), Estância (SE), Jequié (BA), Cidade Ocidental (GO), Ipatinga (MG), São José do Rio Preto (SP) e Caxias do Sul (RS).

O ministro disse que o montante contempla R$ 3,17 bilhões para o que descreveu como "consolidação", que seria a realização de obras que já estavam previstas, de moradia estudantil e laboratórios, por exemplo.

Também serão investidos R$ 600 milhões na expansão das universidades federais, com a construção dos novos campi. E há previsão de R$ 1,75 bilhão para hospitais universitários.

Nesse ponto, no entanto, a apresentação do ministro induz ao erro, pois já havia R$ 1,5 bilhão previsto no Novo PAC para os hospitais universitários. Houve, então, acréscimo de R$ 250 milhões para esse fim.

Os oito novos hospitais serão ligados às universidades federais de Pelotas (RS), Juiz de Fora e Lavras (MG), Acre, Roraima, Rio de Janeiro, São Paulo e Cariri (CE).

Camilo Santana também anunciou um acréscimo de recursos para o custeios das instituições federais, em um total de R$ 400 milhões. Desse valor, R$ 279,2 milhões serão destinados para as universidades e outros R$ 120,7 milhões para os institutos federais.

Lula se reuniu nesta segunda-feira no Palácio do Planalto com reitores de universidades federais e institutos federais, em meio à pressão pela greve que já dura quase dois meses.

Em sua fala, a presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e reitora da Unb (Universidade de Brasília), Márcia Abrahão, cobrou uma solução para a questão salarial dos servidores das universidades, lembrando que outras categorias foram beneficiadas com reajustes.

"São trabalhadoras e trabalhadores essenciais para darmos conta de todos os desafios do país e que possuem remunerações muito defasadas, como o senhor [presidente Lula] bem sabe, ainda mais quando comparamos com carreiras que tiveram reajuste recentemente", afirmou a reitora. "Há técnicos que chegam a ganhar menos de um salário mínimo", acrescentou.

O encontro aconteceria inicialmente na semana passada, na quinta (6), mas Lula cancelou seus compromissos para visitar o Rio Grande do Sul e anunciar medidas para minimizar o impacto da calamidade climática no estado.

O Ministério da Gestão disse ter apresentado no último dia 15 sua proposta final aos docentes, que prevê reajuste de 9% nos salários em 2025 e 5% em 2026.

Os servidores pediam reajuste de 7,06% já em 2024, de 9% em janeiro de 2025, e de 5,16% em 2026.

A condução do governo durante a greve incomodou o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), mas o anúncio desta segunda-feira foi avaliado como uma vitória dos grevistas e tem potencial para encerrar a paralisação, de acordo com seus integrantes.

Um novo encontro entre representantes do sindicato e do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos para oficializar o fim da greve é esperado para ocorrer ainda nesta semana.

Colaborou Bruno Lucca, de São Paulo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.