Ato de alunos no centro de S�o Paulo tem confronto, vandalismo e detidos
Um novo protesto de estudantes contra a reorganiza��o da rede p�blica paulista terminou num conflito entre policiais militares e manifestantes na noite desta quarta-feira (9) no centro de S�o Paulo. Pontos dos mais importantes da cidade, como avenida Paulista, rua da Consola��o e pra�a da Rep�blica, viraram um palco de guerra.
Ao menos dez manifestantes foram detidos –seis adolescentes e quatro adultos. Segundo a PM, oito agentes ficaram feridos no confronto –n�o foi informada a gravidade dos casos.
Um estudante de 16 anos foi levado ao 2� DP (Bom Retiro) e liberado por volta das 3h desta quinta (19). Ele deixou a delegacia acompanhado por familiares.
Outros cinco adolescentes e quatro adultos foram levados ao 78� DP (Jardins) para prestar depoimento. Por volta das 4h, boa parte deles tinha sido liberado. Os jovens deixaram o local sem falar com a imprensa.
O conflito come�ou pouco antes das 21h, quando a marcha se aproximou da sede da secretaria estadual da Educa��o, na pra�a da Rep�blica.
Segundo testemunhas, o estopim foram pedras arremessadas por um grupo de mascarados contra policiais militares -a manifesta��o seguia pac�fica at� ent�o.
O advogado Ariel de Castro Alves, coordenador estadual do Movimento Nacional de Direitos Humanos, disse que esteve desde o in�cio na avenida Paulista e confirmou que a manifesta��o foi totalmente pac�fica. Segundo Alves, s� na chegada � pra�a da Rep�blica ocorreram tumultos e confus�o.
"Tem que ser apurado se possivelmente algum agente provocador, algu�m que foi infiltrado na manifesta��o tenha cometido este ato que acabou que todo um protesto pac�fico terminasse de uma forma violenta depois", falou Alves.
Os PMs reagiram com bombas de efeito moral e de g�s lacrimog�neo, o que provocou um corre-corre na regi�o central da cidade, j� que cerca de 2.000 pessoas, segundo a PM, participavam do ato.
Em fuga, manifestantes iniciaram seguidos atos de vandalismo: danificaram orelh�es, viraram ca�ambas de lixo, riscaram carros e quebraram vidros de �nibus e de uma ag�ncia do Banco do Brasil.
Era poss�vel perceber t�ticas diferentes entre os manifestantes. Alunos montaram barricadas nas ruas, ateando fogo em sacos de lixo; j� os mascarados, em minoria, lan�avam roj�es, pedras e bombas caseiras contra PMs.
Logo no in�cio do ato, o comandante da opera��o j� dizia temer confrontos. "Nosso medo � que hoje tem 'black bloc'", disse o capit�o Luiz Cl�udio dos Santos, referindo-se �s pessoas que adotam a t�tica de depreda��o ao patrim�nio p�blico e privado.
"Quem vandalizou e entrou em confronto n�o � estudante secundarista. Eram pessoas que participam da luta, mas tinham outras inten��es. N�o respeitaram a decis�o dos alunos de terminar o ato na Rep�blica, de forma pac�fica", disse Heudes Oliveira, 18, da escola Fern�o Dias Paes, em Pinheiros.
Um policial sacou o rev�lver e deu dois tiros para o alto. Manifestantes dizem ter sido agredidos por policiais.
O conflito, classificado pela PM como "generalizado", durou uma hora. Quem passava pelas ruas se assustava com o barulho das bombas e das explos�es toda vez que um carro passava em cima de uma barricada de lixo em chamas.
O metr� chegou a fechar as portas de esta��es centrais logo no in�cio do confronto. Com medo, passageiros ficaram acuados perto das catracas.
Da pra�a da Rep�blica at� a avenida Paulista s�o cerca de 3 km. Foi nesse trajeto que os estudantes se dispersaram pouco antes das 22h, durante o corre-corre. No meio do caminho, houve tempo para pichar a fachada do cemit�rio da Consola��o: "Ocupe minha escola" e "Queime as igrejas".
REVOGA��O DO PLANO
O conflito � mais um cap�tulo dos protestos dos alunos contra o plano do governo Geraldo Alckmin (PSDB) que visava aumentar o n�mero de escolas com apenas um ciclo (ensino m�dio, por exemplo). Para isso, 311 mil estudantes teriam de mudar de escola, e 92 col�gios seriam fechados.
Os alunos primeiramente ocuparam escolas, num total de 196 das 5.000. Quando radicalizaram os protestos com bloqueios de ruas e avenidas, Alckmin recuou e anunciou a suspens�o do plano no dia 4.
Algumas escolas foram liberadas desde ent�o, mas o comando das ocupa��es exige a revoga��o do plano, e n�o apenas a suspens�o.
Colaboraram FABR�CIO LOBEL, GABRIELY ARA�JO, MARTHA ALVES e PAULA REVERBEL
Livraria da Folha
- Cole��o "Cinema Policial" re�ne quatro filmes de grandes diretores
- Soci�logo discute transforma��es do s�culo 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade