O jornalismo entrou na vida do paraense Paulo Roberto Jares Martins quando criança. Filho do jornalista Roberto Jares Martins, ex- superintendente do jornal A Província do Pará, o menino ia com frequência à redação do jornal, onde a convivência com os profissionais permitiu aflorar o talento e o amor pela fotografia.
Paulo Jares —como ficou conhecido— ingressou no veículo na década de 80. Depois foi para a Veja e, posteriormente, para o Jornal do Brasil. Boa parte do seu trabalho retratou as grandes questões da Amazônia e os conflitos indígenas.
“O Paulo conseguia captar os sentimentos humanos através das lentes”, diz a prima, a economista Martha Jares, 49. Ela lembra com carinho de uma das fotos mais marcantes da carreira e que o consagrou como profissional.
“Ele captou a fúria de uma índia ameaçando o o presidente da Eletronorte com um facão no rosto para protestar contra a implantação de uma hidrelétrica, a atual Belo Monte.
Fotos de grandes personalidades do mundo artístico também contribuíram para a história da sua carreira, como por exemplo, a de Tom Jobim tomando cerveja num bar, em 1994.
Além de primos, Paulo e Martha foram muito amigos. “O Paulo era aquela pessoa que estacionava ao seu lado e você não queria mais desgrudar. Uma criatura doce e muito carinhosa. Extremamente culto, e adorava ler e viajar. Por reunir essas características, Paulo sempre tinha muita gente ao seu redor”, relata Martha.
Paulo Jares morreu no dia 19 de agosto, aos 51 anos, no Rio de Janeiro. A causa da morte não foi divulgada. Deixa a mãe e dois irmãos.
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