O apreço pelos animais contribuiu para que Zélia Maria escolhesse cursar medicina veterinária em Fortaleza, mas foi na pesquisa que ela se realizou profissionalmente.
No início da década de 1970, a jovem nascida em Jaguaretama (CE) migrou para São Paulo para iniciar a carreira. Não demorou muito para conseguir a primeira oportunidade, como estagiária no Instituto Biológico de São Paulo.
Já efetivada, passou a se envolver com o serviço de diagnóstico da raiva. Queria muito reduzir o mal que acomete populações mais vulneráveis. Também se especializou no diagnóstico da doença em humanos e produziu reagentes e vacinas.
Zélia Maria não era muito de falar, mas estava sempre de bom humor e não deixava problemas pessoais interferirem no seu trabalho.
"Ela tomava cuidado para fazer um trabalho muito correto e gostava de disseminar o conhecimento. Treinou pesquisadores no país inteiro e fazia questão de ensinar todos os detalhes para garantir a melhor aplicação", disse Ivanete Kotait, amiga e colega de trabalho.
Zélia foi discípula de Moacyr Rossi Nilsson, um dos mais conceituados virologistas veterinários do Brasil, e trabalhou até depois da aposentada. Foram 46 anos de dedicação ao serviço público, que incluiu orientação a inúmeros estudantes e amigos em pesquisas.
Nos últimos anos lutava contra um câncer no intestino, que acabou atingindo outros órgãos. Morreu no dia 10 de setembro, aos 72 anos. Deixa dois filhos e uma neta.
Sua missa de sétimo dia será realizada nesta segunda (17), às 20h, na igreja São Judas Tadeu, na avenida Jabaquara, 2.682, Jabaquara.
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