Descrição de chapéu violência

Suspeita de participar do sequestro de Marcelinho Carioca é presa em condomínio de SP

Segundo a polícia, Eliane Lopes de Amorim atuava em 'central de golpes' bancários instalada em imóvel de alto padrão no Vale do Paraíba

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São Paulo

Eliane Lopes de Amorim, suspeita de participar do sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca, em dezembro de 2023, em São Paulo, foi presa em uma operação do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) na sexta-feira (21), contra uma quadrilha suspeita de aplicar golpes em clientes de bancos.

Amorim estava em liberdade desde o mês de janeiro. De acordo com as investigações, a conta dela foi uma das utilizadas para receber parte do dinheiro do sequestro do ex-jogador.

Ao todo, 12 pessoas foram presas na operação da Polícia Civil paulista. Amorim passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva (sem prazo). A Folha entrou em contato com o advogado dela nesta segunda-feira (24), mas não foi atendida.

Computadores e celulares apreendidos com os criminosos - Divulgação/Deic

A quadrilha, segundo a investigação, montou uma "central do golpe" em um imóvel de luxo em condomínio em frente à represa de Igaratá, no Vale do Paraíba.

O local foi descoberto após denúncias de que um grupo com ao menos dez pessoas ocupava uma casa no condomínio Paraíso de Igaratá. A denúncia ainda apontava que o grupo circulava sempre com muitos notebooks e fones de ouvido com microfones, semelhantes a modelos comumente utilizados em centrais de atendimento ao cliente.

Policiais da 5ª Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Roubo a Bancos) foram ao local para investigar suposto crime de estelionato. Os policiais encontraram 12 pessoas na sala. Sete delas tentaram fugir pelos fundos. Porém, segundo o Deic, a casa fica no alto de um morro, com vegetação, e alguns dos suspeitos caíram, entre eles Amorim, que fraturou duas costelas. Todos foram presos.

Na operação, foram apreendidos 12 notebooks, 18 celulares e três veículos, além de um sistema de Internet por satélite.

Para o golpe, os criminosos entravam em contato com o correntista do banco alertando sobre uma quebra de segurança. Eles repassavam orientações e faziam a vítima seguir comandos que permitiam tirar o controle do aplicativo do bancário e também do aplicativo de mensagens.

Uma vítima do Rio de Janeiro acabou identificada. Ela perdeu R$ 49 mil por meio do golpe.

A equipe da 5ª Patrimônio encaminhou os sete suspeitos que tentaram fugir ao PS Santana. Todos receberam atendimento e foram liberados. O grupo responde por suspeita de associação criminosa e furto qualificado. Os sete que tentaram a fuga também foram enquadrados no crime de desobediência.

RELEMBRE O CASO

Marcelinho Carioca foi sequestrado em dezembro após sair de um show do cantor Thiaguinho na Neo Química Arena, em Itaquera, zona leste de São Paulo.

Na volta para casa, o ídolo do Corinthians parou em Itaquaquecetuba para deixar ingressos para a amiga, que conhecia desde a época em que foi secretário de Esportes na cidade, quando foi abordado por um grupo armado, que pediu cartões, senhas, o desbloqueio do celular e acesso ao Pix.

Ao lado da amiga, Marcelinho ficou em um cativeiro recebendo ameaças, entre elas a de que seria submetido a uma roleta-russa.

Em um primeiro momento, no dia 17 de dezembro, antes de o ídolo do Corinthians ser dado como desaparecido, uma pessoa não identificada pela PM teria feito um pagamento no valor de R$ 60 mil, supostamente a pedido de Marcelinho. De acordo com a PM, os sequestradores chegaram a pedir R$ 200 mil.

Na tarde do dia 18, já resgatado pela polícia, Marcelinho afirmou que havia sido coagido pelos criminosos a gravar um vídeo em que disse ter sido sequestrado após sair com uma mulher casada. No vídeo, que viralizou em aplicativos de mensagem, Marcelinho aparecia com o olho roxo e dizia que o autor do sequestro seria o marido da mulher.

A versão foi endossada pela mulher, que também aparecia no vídeo. Porém, segundo a polícia, a narrativa havia sido criada pelos sequestradores para despistar a polícia.

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