Descrição de chapéu Chuvas no Sul

Não errei por negligência, omissão ou negacionismo, diz Eduardo Leite

Gestor critica a busca por culpados antes de encontrar soluções para evitar as enchentes no estado

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), concedeu entrevista na noite desta segunda-feira (20) ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, e repetiu várias vezes que é a favor da ciência e não errou por negligência, omissão ou negacionismo na questão climática no estado.

Assim como deixou claro na entrevista à Folha, ele fez questão de enfatizar esse ponto novamente para se defender das críticas sobre as mudanças em cerca de 480 normas ambientais sancionadas por ele em 2020, após assumir o governo. E também sobre a declaração que deu à Folha de que "estudos alertaram, mas governo também vive outras agendas".

Homem de barba e roupa social gesticula enquanto fala
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirma que tem trabalhado as questões ambientais desde que assumiu o governo do estado - Pedro Ladeira/Folhapress

"Não erramos pela negligência, não erramos pela omissão e não erramos pelo negacionismo. Esse governo respeita as questões ambientais e a gente teve de procurar, diante de todas as pautas que estão na nossa mesa, entre elas inserido cada vez mais forte o tema ambiental, para a gente ter resiliência. Até para resistirmos como raça humana", falou.

Leite também criticou a polarização política, que, segundo ele, acaba prejudicando o processo de buscar soluções para os problemas das enchentes no estado.

"O que me incomoda muito na política é a polarização, é que antes de procurar soluções, se procuram culpados. Podem se procurar responsabilidades, mas minha tarefa como governante é procurar as soluções."

Ele negou pregar o adiamento das eleições municipais. "Não trouxe essa ideia, não defendo, não estou trabalhando sobre ela, não estou discutindo essa ideia nesse momento", disse.

O governador admitiu, no entanto, que existem argumentos para discutir a possibilidade e que será um desafio realizar as eleições no contexto em que está o Rio Grande do Sul. Mas considera o debate precipitado e afirmou que, se ocorrer, a discussão sobre adiamento não será liderada pelo governo estadual.

Para defender os gastos do seu governo nas questões ambientais, o governador elencou que aumentou o efetivo do Corpo de Bombeiros, que está atuando nas enchentes. "Também compramos um helicóptero que salvou vidas e está levando alimentos para os desabrigados. Compramos novas embarcações e os jet skis que estavam lá sendo usados para salvar as pessoas e animais."

Eduardo Leite também revelou a compra de um radar meteorológico para ser usado em uma região do estado que não possui o serviço, o que ajudaria na previsão e combate a novas tragédias.

"Tem uma zona do estado que não temos dados mais precisos porque falta um radar com precisão para ter a apuração dos dados meteorológicos daquela região. Contratamos esse serviço. O radar que compramos vem da República Tcheca para ser instalado em Montenegro ou São Jerônimo, para fazer a cobertura da região metropolitana de Porto Alegre e vale do Javari", disse o governador.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.