Descrição de chapéu Chuvas no Sul

Lula diz que vai voltar ao RS na quarta para anunciar medidas para população atingida pelas enchentes

Governo anunciou suspensão da dívida estadual para liberar recursos para a reconstrução

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que vai retornar ao Rio Grande do Sul na quarta-feira (15) para visitar as áreas atingidas pelas chuvas que já deixaram mais de uma centena de mortos.

Lula também afirmou que vai anunciar nessa ocasião medidas para as pessoas atingidas pelas enchentes no estado. O governo estuda o pagamento de um voucher diretamente para as famílias.

Região Central de São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, foi duramente atingida pelas inundações - Pedro Ladeira - 8 mai. 2024/Folhapress

A declaração aconteceu durante reunião virtual com o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), para decidir a suspensão temporária da dívida estadual. Uma parte da reunião foi transmitida pela Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência).

Também participaram o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e ministros como Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil).

Lula então disse ao governador que a sua equipe está trabalhando em novas medidas, que serão anunciadas no estado, durante sua ida para visitar as áreas atingidas. Inicialmente, o presidente afirmou que as medidas seriam anunciadas na terça, mas depois se corrigiu afirmando que pretende divulgá-las ao lado de Leite

"Eu estava com a intenção de ir ao Rio Grande do Sul amanhã, mas a pedido do ministro Rui e do ministro Haddad, nós vamos nos preparar, porque amanhã eu quero anunciar uma série de medidas para as pessoas físicas. Ou seja, o recurso para que as pessoas que perderam suas coisas, precisam comprar alguma coisa, recebam um recurso da União para que as pessoas possam repor parte daquilo que eles perderam", afirmou o presidente, na reunião.

"E também a questão do que pode ser feito pelo Ministério do Trabalho, da Previdência, pelo fundo de garantia. Nós vamos tomar essa decisão conjunta e eu pretendo, aí sim, na quarta-feira, ir ao Rio Grande do Sul para junto com você a gente fazer o anúncio para ajudar as pessoas físicas". acrescentou o presidente.

Essa será a primeira vez que o governo federal fará um grande anúncio relacionado com a tragédia climática no próprio Rio Grande do Sul, ao lado do governador.

Na semana passada, Lula anunciou em um evento no Palácio do Planalto um pacote de ajuda ao Rio Grande do Sul com impacto potencial de R$ 50,95 bilhões na economia gaúcha.

Desde o anúncio do pacote de quinta-feira, há um desconforto nos bastidores porque o Executivo federal ainda não anunciou dinheiro novo para as famílias. Grande parte das medidas implementadas até aqui consiste apenas em antecipação de recursos a que os gaúchos já teriam direito, como aposentadorias, pensões, Bolsa Família e BPC (Benefício de Prestação Continuada).

As parcelas extras do seguro-desemprego, por sua vez, serão pagas apenas ao final do período, com efeito diluído até outubro deste ano.

"Na semana passada, como houve alguns mal entendidos a respeito do que anunciamos, embora a medida provisória já tenha chegado ao Congresso Nacional, assinada pelo presidente Lula, não custa repassar que a medida provisória assinada a semana passada envolvia recursos da ordem de 12 bilhões de reais. Desses 12 bilhões de reais, 7 bilhões é basicamente para subsídio ao crédito", afirmou Haddad, durante a reunião virtual.

O anúncio de suspensão da dívida aconteceu com a presença de Leite, mas em uma reunião virtual. Em determinado momento, houve cobrança da parte do governador do Rio Grande do Sul e um início de troca de farpas, com a resposta do ministro Fernando Haddad.

O governo do presidente Lula anunciou que vai suspender a dívida do Rio Grande do Sul com a União por três anos, período em que a taxa de juros cobrada sobre as parcelas cairá a zero. O estado é duramente atingido por fortes chuvas e inundações e contabiliza prejuízos bilionários, além de milhares de desabrigados.

A medida deve dar um alívio de R$ 11 bilhões ao governo gaúcho. Municípios em situação de calamidade e que têm dívida com o governo federal também serão alcançados pelo benefício.

Leite cobrou que havia pedido o perdão das parcelas desse período e que a medida anunciada é "um passo" mas que não será suficiente.

"Claro que, como eu disse, vamos querer discutir mais, vamos querer tratar de tantos outros pontos. Infelizmente, não posso dizer que será suficiente essa medida [...] Vamos precisar de outros tantos apoios e em outras tantas frentes, inclusive discutindo o tema da dívida em relação ao seu futuro", afirmou o governador.

Haddad depois rebateu, dizendo que a suspensão dos juros dará um alívio de R$ 12 bilhões, superior ao pagamento das parcelas. "É como se fosse um perdão de dívida".

O estado do Rio Grande do Sul vem enfrentando há duas semanas uma calamidade climática, com fortes chuvas e consequentes inundações. A calamidade climática atingiu a maioria dos municípios gaúchos, e obrigou mais de 600 mil pessoas a deixarem suas casas.

O nível do lago Guaíba, em Porto Alegre, está subindo rapidamente desde a madrugada desta segunda (13), em razão das novas chuvas que atingem a região.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.