O publicitário Yuri Costa, 23, desapareceu na madrugada do último domingo (21) após ir à sauna gay e hotel Chilli, no centro de São Paulo. Nesta quarta (24), familiares do jovem reconheceram seu corpo no IML (Instituto Médico Legal).
Em um post divulgado nas redes sociais, o estabelecimento lamentou a morte de Yuri e confirmou que ele esteve no local na noite de domingo e saiu de lá às 4h25 de segunda (22).
"Estamos apurando todos os acontecimentos dentro do hotel e sem informação do que aconteceu depois que ele saiu das dependências do local", diz a nota.
O boletim de ocorrência do caso afirma que Yuri foi encontrado na manhã de segunda-feira sem nenhum tipo de identificação na rua General Osório, na Santa Ifigênia, e levado de ambulância do Samu à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vergueiro, também no centro, onde morreu.
A possível causa da morte é apontada como insuficiência de oxigênio no sangue (hipoxemia) e perda excessiva de sangue ou líquidos (choque hipovolêmico).
Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) disse que o caso foi registrado como morte suspeita no 5º DP (Aclimação).
O desaparecimento de Yuri foi compartilhado no início da semana nas redes sociais, e amigos divulgaram um telefone para contato caso alguém tivesse notícias do jovem.
Dois amigos de Yuri disseram, sob condição de anonimato, que souberam que ele teria sido espancado após deixar a sauna, mas não há confirmação da suspeita.
Uma das colegas descreveu Yuri como uma pessoa carismática, que falava com todos.
A reportagem procurou a sauna Chilli para pedir informações sobre os fatos da noite de domingo, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. Após o post divulgado mais cedo, o estabelecimento excluiu o perfil que mantinha no Instagram.
Após a repercussão do caso, usuários nas redes sociais afirmaram que há um aumento no desaparecimento de homens gays no centro de São Paulo. A deputada federal Erika Hilton (PSOL) afirmou, pelas redes sociais, que está preocupada com os relatos que viralizaram nas redes sociais.
Ela afirma que recebeu informação de, ao menos 7 desaparecimentos, dos quais em 3 deles foi identificado o óbito das vítimas. Por isso, a deputada entrou com um requerimento de informações na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, que tem até 20 dias para responder.
Porém, por meio de nota para a Folha, a SSP afirma que, até o momento, não há registro de outras mortes com as de Yuri.
"A instituição está à disposição de familiares e conhecidos para registrar novos casos de desaparecimento, a fim de que os fatos sejam devidamente investigados", diz a pasta que orienta que qualquer informação que possa auxiliar o trabalho policial pode ser repassada ao Disque Denúncia, pelo telefone 181 ou diretamente à unidade policial.
Além disso, a SSP afiram que todos os DPs (distritos policiais) do estado estão aptos a registrar e investigar crimes contra vítimas LGBTQIAPN+
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