A discrição do empresário Sérgio Alves Dias Filho, o Serginho, 45 anos, contrasta com o carisma que ele tem entre famosos e anônimos que se mobilizam há uma semana nas redes sociais para incentivar a busca pelas duas vítimas ainda não encontradas de um acidente aéreo que ocorreu na madrugada do último dia 25 entre Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, e Paraty (RJ).
Também campeão brasileiro de jiu-jítsu e obcecado por condicionamento físico, Dias Filho estava no avião que partiu de Campinas, no interior paulista, e voava para o aeroporto de Jacarepaguá, no Rio, quando desapareceu.
As outras duas pessoas que estavam no bimotor eram o copiloto José Porfírio de Brito Júnior, 20, também desaparecido até a tarde desta quinta-feira (2), e o piloto Gustavo Carneiro, 27, cujo corpo foi encontrado no mar no próprio dia 25.
A mulher do empresário, a designer Tatiana Fogaça, usou as redes sociais para pedir para que pessoas com embarcações com sonar ajudem nas buscas. Essa é a única publicação em que cita o nome do marido em seu histórico —há raras postagens sobre os dois e uma do lutador com uma medalha de campeão em 2019, mas sempre sem citar seu nome.
"Gostaríamos de pedir que todos que possuem embarcações com sonar na região e identificarem qualquer diferença na área, entre em contato conosco ou com as autoridades. Pedimos a todos que mantenham uma corrente positiva e que os responsáveis pelas buscas mantenham o empenho em encontrá-lo. Agradecemos também a todos os amigos que tão gentilmente se solidarizaram conosco", escreveu ela, em nome da família.
Um amigo do empresário, que não quis dar entrevista pois disse estar muito abalado com o acidente, contou que a família é bastante reservada.
Dias Filho é dono de uma empresa de blindagem de veículos, a MF4- Blindados, com sede no Rio de Janeiro. A companhia foi procurada para falar sobre ele, mas não retornou à Folha.
A empresa é patrocinadora do piloto Rubens Barrichello, atualmente na Stock Car, e costuma aparecer em vídeos promocionais da MF4-Blindados nas redes sociais. Em um deles, faz condicionamento físico com o preparador Chico Salgado. Rubinho replicou a publicação de Tatiana Fogaça.
Nesta quarta-feira (1º) começou uma mobilização no Twitter com a tag "Achem o avião", que ficou entre os principais tópicos.
Também nas redes sociais, a namorada do copiloto, Thalya Viana, pediu ajuda para localizar a aeronave e o namorado. "Estamos sem notícias desde a madrugada", escreveu ela. "Gente, ainda não temos nenhum paradeiro dele. Continuem ajudando a gente", publicou.
Na busca pelo empresário e pelo piloto estão Marinha, Aeronáutica e Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro.
Em nota, a Força Aérea disse que continua na operação de busca e salvamento com a participação de uma aeronave C-130 Hércules. "Um helicóptero H-36 Caracal permanece à disposição, podendo ser acionado em caso de necessidade", afirmou. "Até o momento, uma área de mais de 5.700 km² do litoral foi coberta pela busca aérea".
Também em nota, a Marinha disse que nesta quinta-feira (2) "localizou e recolheu um objeto tipo 'necessaire' com pertences supostamente relacionado aos tripulantes desaparecidos". Procurado, os bombeiros não responderam até a conclusão desta reportagem.
O avião decolou às 20h30 do dia 24 de novembro do aeroporto dos Amarais, em Campinas. Segundo o Corpo de Bombeiros, a queda no mar ocorreu por volta da 1h20.
De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o avião pertencia a José Porfírio de Brito Junior, que era o copiloto da aeronave. O avião, um modelo PA-34-220T, foi fabricado em 1981 e estava em situação regular.
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