Francisco Laerte de Cillo, o tio Laerte, era um ímã para quem apreciava barcos, aviões, carros, música e artes em geral. Inteligente, discursava sobre qualquer assunto e foi um mestre para os sobrinhos e demais familiares.
Francisco nasceu em Santa Bárbara D’Oeste (135 km de SP). Cresceu na fazenda e morou com a família na área onde ficava a Usina Açucareira de Cillo.
Foi um dos grandes aeromodelistas brasileiros e um dos primeiros a construir modelos de helicópteros por controle remoto. O conhecimento lhe rendeu amizades com pessoas do mundo inteiro.
“Ele tinha uma oficina que era um sonho para quem gosta de mecânica. Havia tudo ali: serra de fita, furadeira de bancada, um pequeno torno, todo tipo de ferramenta possível, e uma coleção de discos de jazz e música erudita”, conta o sobrinho, o jornalista Fábio Pagotto, 48.
“Foi ele quem me apresentou Modern Jazz Quartet, Louis Armstrong, Miles Davis e Dizzy Gillespie. E tinha muito Mozart, Bach e Vivaldi, escutados horas a fio enquanto ele trabalhava em qualquer coisa e eu aprendia”, completa Fábio.
Francisco era o desafio vencido em pessoa. Conhecia mecânica como ninguém. Consertava de batedeira a trator, de motor de barco ao de um aeromodelo. Pilotava e consertava o próprio avião.
Atualmente, trabalhava na construção de um veleiro em Ilhabela (a 198 km de SP). “Ele viajou à Europa, viu um projeto de barco, comprou e trouxe para construir. Foi o sonho não realizado. Ele gostava de viver intensamente”, diz o sobrinho, o corretor de imóveis Fernando de Cillo, 56.
Como todo bom italiano, Francisco era habilidoso com bordões e provérbios. Sempre tinha um para proferir. Era alegre e contava piadas. Os filhos e sobrinhos seguiram suas paixões.
Francisco Laerte de Cillo morreu dia 27 de março, aos 84 anos, por complicações de Alzheimer. Deixa esposa, dois filhos e cinco netos.
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