Antigamente, era comum os médicos deixarem seus consultórios para atendimento domiciliar. Foi assim que o ginecologista e obstetra Frank Ogatta marcou o seu amor pela medicina e pelos seus pacientes.
Quando a vestimenta do médico entrava no merecido descanso, era o tango que o encantava. Apesar de oriental, tinha adoração pelo estilo de dança. O futebol e a pescaria também faziam parte dos momentos de lazer.
Quando muitas famílias de ascendência oriental enviavam os filhos para trabalhar na lavoura, a de Ogatta o incentivou a estudar.
Ogatta nasceu em Paraguaçu Paulista (466 km de SP). Depois, mudou-se para Presidente Prudente (558 km de SP ) e de lá foi cursar medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Formou-se em 1955.
Dois anos depois, fixou residência em Uraí, no interior do Paraná. Como a cidade tinha muitos orientais, era necessário um médico que falasse japonês. Em 1962, foi para Londrina.
O voluntariado marcou sua carreira. Por meio de um órgão do governo japonês, Ogatta realizou cerca de 440 mil atendimentos médicos gratuitos em mais de 300 cidades paranaenses.
Um dos filhos, o cirurgião plástico Evaldo Ogatta, 58, conta que ele recebeu as principais condecorações conferidas a médicos, como por exemplo, a Medalha de Lucas, em reconhecimento ao seu trabalho médico-social por 17 anos, em atenção à saúde de idosos da colônia japonesa.
Frank Ogatta morreu dia 10 de outubro, aos 90 anos, de parada cardíaca. O médico deixa a esposa, quatro filhos e 11 netos.
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