Paulo Zimbres construiu importantes obras —seja como professor, arquiteto ou urbanista.
Arquiteto, é um dos responsáveis pelo prédio da reitoria da Universidade de Brasília, de 1973 --edifício aberto, sem portões, com grandes blocos de concreto aparente e rampas amplas que ligam um andar a outro, considerado obra-prima por especialistas.
Urbanista, projetou a cidade-satélite de Águas Claras, de 1991, no Distrito Federal, onde evitou seguir o modelo de Brasília, que segrega comércio de habitação.
"Esperavam que fizéssemos superquadras. Mas, entendendo que era uma cidade com mais atividades e uma liberdade maior que a do Plano Piloto, decidimos que ela abrigaria áreas mistas", disse, em entrevista ao jornal Correio Braziliense em 2017.
Mas saiu do controle, "pensamos em 12 pavimentos e alteraram para 30", criando superdensidade populacional. Isso o chateava um pouco, diz o filho Marcos, "mas era um otimista inveterado. Via que a cidade tinha uma vida urbana interessante e achava que se poderia corrigir".
Projetou também o setor Noroeste e os bairros do Mangueiral e Taquari, todos no DF.
Como professor, profissão de seu pai, formou gerações de arquitetos na capital federal, aonde se mudou em 1969, convidado a dar aulas na UnB.
"Ele nunca explicou porque quis ser arquiteto, é como se já tivesse nascido assim. Era arquiteto em tempo integral. Nem falava em parar, estava sempre criando, o tempo todo", diz Marcos.
Seu próximo projeto em vista era restaurar o prédio da Reitoria da UnB, mas foi impedido por uma pneumonia. Morreu no dia 3, deixando esposa, filhos, netos e bisnetos.
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