Em sua infância, o sorocabano Attilio Gracco Carmignani já demonstrava uma capacidade que manteve por toda a vida: a de agregar as pessoas ao seu redor.
O garoto esperto, às vezes peralta, não precisava de muito esforço para reunir todas as crianças da vizinhança para se divertir em brincadeiras que incluíam dos campeonatos de carrinhos de rolimã aos tobogãs improvisados de lama.
Nessa época, para potencializar a energia do garoto, seus pais, Attilio e Maria Thereza, o inscreveram no escotismo. O menino gostou tanto das novas vivências que nunca deixou o movimento, o qual ajudou até mesmo na fase adulta.
Fã de mecânica, na juventude ele optou por estudar engenharia, mas surpreendeu a família quando resolveu deixar o curso no quarto ano para ingressar na carreira militar.
"Ele não queria ter um trabalho onde ficasse preso num escritório. Sempre gostou de estar com as pessoas, andar pelas ruas, ajudar ao próximo. No serviço militar ele encontrou isso", diz a irmã Márcia.
O que aprendeu na engenharia, no entanto, não foi em vão. Attilio virou o "conserta tudo" da família e mantinha uma oficina em sua casa onde se aventurava sempre.
Apaixonado pela natureza, nas horas vagas costumava viajar com a família e aproveitar o tempo navegando ou mergulhando.
Já à frente do 7º Batalhão de Comando do Interior, implantou uma ação para ajudar crianças com dificuldades motoras.
Os cavalos da corporação foram empregados para equoterapia, com o apoio de profissionais da fisioterapia e da psicologia.
O militar entrou na reserva da corporação em 2018. Surpreendido por um tumor pulmonar, Attilio não perdeu a alegria de viver e foi otimista até o fim. Morreu no dia 2 de fevereiro, aos 53 anos. Deixa a mulher e o filho, Angelo.
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