Descrição de chapéu Obituário Rosa Maria de Oliveira Morgado (1952 - 2019)

Mortes: Atuante, socióloga pregou a mudança social pela cultura

Do cinema à política, defendia maior participação da mulher

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São Paulo

Idealista por natureza, Rosa Maria Morgado sempre demonstrou uma inquietação em relação à desigualdade social e dizia sonhar com um país mais igualitário. 

Para tentar consolidar esse sonho, ela usou a carreira de professora e a militância política para estimular ações que pudessem diminuir as distâncias entre as classes. "Ela acreditava que o acesso a cultura poderia ajudar a transformar a realidade das pessoas e atuou muito nesse segmento", lembra o primo Mauro. 

Nascida em Araraquara, no interior de São Paulo, Rosa aprendeu a gostar de política com o pai —ele fazia parte de um grupo de intelectuais que representava o novo pensamento político da cidade. A jovem participava dos encontros e gostava de dar palpites e registrar sua opinião. Defendia a participação da mulher na política e pregava a igualdade.

A socióloga Rosa Morgado, que pregava a mudança social pela cultura
A socióloga Rosa Morgado, que pregava a mudança social pela cultura - Arquivo Pessoal

Anos mais tarde, já formada em ciências sociais e atuando na Apeoesp (sindicato dos professores), conheceu em São Paulo o professor de história Gilberto, com quem se casou tempos depois. Juntos por mais de três décadas, os dois lutaram por ideais muito semelhantes. 

O casal levava uma vida simples, mas estava sempre atento aos mais necessitados. "Eles não ligavam para bens materiais. Estavam sempre com um jeans e usavam um carro velho. Viveram mais para os outros do que para eles", diz Mauro.

Em Monte Alto desde a década de 70, Rosa e Gilberto realizaram atividades que marcaram época, como a Semana do Cinema, em 1981, considerada um momento de mudança cultural no município. 

O cinema era um ponto de interesse do casal, que acreditava que o acesso de toda a população aos filmes seria um meio de estimular o pensamento crítico. 

Viúva desde 2006, Rosa manteve a militância mesmo sem o companheiro. Teve um câncer e morreu no dia 18 de janeiro, aos 66 anos, por complicações da doença.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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