Papai Noel estava atrasado para um evento oficial em Guarujá (SP), no final de 2017. O prefeito local então pegou o microfone para fazer um pronunciamento. Na plateia, um senhor de mais de 70 anos reagiu tapando os ouvidos com as mãos e puxou o coro: "Papai Noel, Papai Noel!"
Luiz Monastero --Mona para alguns, Luigi para outros-- fazia graça com tudo. Suas piadas podiam ir da sagaz ironia à simples escatologia.
Criado na Lapa paulistana, o caçula de um italiano com uma descendente de portugueses tinha facilidade para conversar. De jeito sincero, cativava quem engatasse papos mais longos. Assim, construiu amizades verdadeiras.
A habilidade o tornou um negociador nato. Quando teve uma oportunidade no ramo da iluminação de eventos, reergueu o negócio do dono da empresa. Em dado momento, eram poucas as casas noturnas e espaços para shows em São Paulo que não contratavam os seus serviços.
E então, subversivo a seu modo, cansou. Largou toda a base construída como empresário bem-sucedido e foi estudar terapia corporal. Optou por uma vida mais tranquila. Nas últimas duas décadas, o engenhoso Mona viveu em uma casa que ele mesmo construiu na montanha, em São Francisco Xavier, distrito no interior de SP.
Movia-se por projetos que idealizava --e o entusiasmavam. Eram tantos que não deu cabo de todos, como o de morar por um período na Itália.
Morreu no dia 3, aos 72, devido a uma insuficiência cardíaca. Deixa os filhos João Carlos, Luiz Carlos e Catarina, a irmã Anna Maria, sete netos e dois bisnetos.
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