Doria planeja corredor verde entre o parque Augusta e a pra�a Roosevelt
O parque Augusta, na reta final para ser implantado, e a pra�a Roosevelt, revitalizada e incrementada com �reas verdes, conectados por um bulevar no centro de S�o Paulo.
Essa � uma das contrapartidas exigidas pela gest�o de Jo�o Doria (PSDB) para ceder �s construtoras Setin e Cyrela uma �rea municipal pr�xima � marginal Pinheiros –cujo valor ainda est� em avalia��o pelo Minist�rio P�blico.
Fernando Brizolla/Folhapress | ||
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Terreno do futuro parque Augusta, na regi�o central de S�o Paulo |
Na pr�xima semana, a prefeitura deve anunciar o acordo. As empreiteiras abrem m�o da �rea no centro, em benef�cio do parque, e aceitam esse terreno na zona oeste.
Afastados por cerca de 200 metros, parque e pra�a ter�o voca��es espec�ficas, disse o prefeito � Folha em Xangai, onde esteve na quarta (26) para vender seu programa de privatiza��o e concess�es a investidores locais. O Augusta ser� "contemplativo", e a Roosevelt, "esportiva". A conex�o entre eles ter� um tratamento "paisag�stico" e contar� com lombofaixas. Tudo, por ora, no campo das ideias: n�o h� projeto final.
Segundo o prefeito, esse acordo foi pr�-aprovado e ganhar� carimbo definitivo em reuni�o com a Promotoria no come�o de agosto –essa "solu��o negociada", disse Doria, foi feita "a seis m�os", com o promotor Silvio Marques e outros dois colegas.
O Minist�rio P�blico, que acompanha as tratativas, exige compensa��es para que a prefeitura troque o terreno p�blico em Pinheiros pelo privado da Augusta. Setin e Cyrela discutiam com a administra��o para poder construir um milion�rio empreendimento imobili�rio no centro paulistano –ideia recebida com protestos de entusiastas do parque Augusta.
N�o faz tanto tempo assim que a Roosevelt foi reformulada, com obras de revitaliza��o iniciadas em 2010, na gest�o Gilberto Kassab (PSD). Para Doria, o prazo de validade acabou. "Ela est� muito machucada, hoje voc� nem consegue ir na pra�a porque al�m de tudo � insegura", diz.
O espa�o que tem em seu entorno grupos teatrais como o Parlapat�es ganhar� c�meras de monitoramento –parte do City C�meras, programa de vigil�ncia da prefeitura. Assim o tucano descreve a nova Roosevelt: "Vamos colocar mais verde, porque praticamente n�o tem verde l�, e instala��es esportivas". Em destaque, skate, basquete e atividades � terceira idade.
As construtoras ter�o que se comprometer a fazer a manuten��o do parque e da pra�a por um per�odo de dois anos. Ap�s esse per�odo, a ideia � que a administra��o saia das m�os municipais, segundo Doria. "Nossa inten��o � que sejam adotados", afirma. Ou seja: o controle passaria a agentes privados.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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'CUSTO ZERO'
O prefeito disse que tudo ser� feito "a custo zero", j� que, em vez de pagar os R$ 80 milh�es negociados pela gest�o anterior, ele fez uma permuta (a troca do terreno na Augusta pelo de Pinheiros). Mais R$ 12 milh�es previstos para a implanta��o do parque ser�o bancados pelas construtoras, segundo Doria.
Para entregar 18 mil m� de um total de 50 mil m� em Pinheiros, num CEP tido como coqueluche do mercado imobili�rio, a prefeitura fez outras demandas a Setin e Cyrela –empresa em que Cl�udio Carvalho de Lima, secret�rio especial de Investimento Social, posto rec�m-criado por Doria, ocupava o cargo de vice-presidente.
Algumas das contrapartidas s�o cuidar da pra�a Victor Civita, no mesmo bairro, e construir tr�s empreendimentos: a nova sede da Prefeitura Regional de Pinheiros, uma creche para 200 crian�as na zona sul e um centro de acolhimento para moradores de rua no centro paulistano.
A tentativa de acordo em torno do parque visa p�r fim a uma pol�mica que se arrasta h� quase 20 anos. A ideia inicial da Cyrela –que comprou o terreno em 2013 e cujos donos t�m estreita rela��o com Doria– em projetos apresentados � gest�o do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), era construir duas torres no local, mas mantendo um parque aberto ao p�blico.
O ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) havia decretado a �rea como de utilidade p�blica em 2008. De l� para c�, ativistas e moradores do entorno fizeram protestos para barrar os planos do setor imobili�rio na regi�o da Augusta.
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