Rebeli�es deixam ao menos 18 mortos em pres�dios no Norte
Rodrigo Sales/FolhaBv | ||
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Parentes na entrada da Penitenci�ria Agr�cola do Monte Cristo (PAMC) em busca de not�cias dos presos |
Ao menos 18 pessoas morreram em dois confrontos envolvendo fac��es criminosas dentro de pres�dios no Norte do pa�s.
A primeira rebeli�o aconteceu na tarde deste domingo (16) na Penitenci�ria Agr�cola de Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista (RR), onde dez detentos morreram. A segunda foi na madrugada desta segunda (17) na Penitenci�ria �nio dos Santos Pinheiro, em Porto Velho (RO), onde oitos presos morreram asfixiados.
De acordo com governo de Roraima, entre os dez presos que morreram est� o que � apontado como l�der do Comando Vermelho no Estado, Valdenei de Alencar, conhecido como "vida loka".
Todos os detentos mortos t�m idade m�xima de at� 30 anos –setes corpos foram empilhados e queimados, o que dificultou o trabalho da per�cia para a identifica��o dos presos. Outros dois presos foram decapitados. Um homem foi morto por perfura��es e pauladas. O governo de Roraima afirmou que todos os detentos mortos pertenciam ao Comando Vermelho.
O secret�rio de Justi�a e Cidadania, Uziel Castro, afirmou que detentos da ala 14 quebraram os cadeados da ala e invadiram a ala 12 e que tamb�m tentaram invadir a carceragem do pres�dio, mas foram impedidos.
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Segundo Castro, o setor de intelig�ncia da pasta interceptou um �udio que seria de membros do PCC nacional, h� 90 dias, avisando que iria iniciar a "guerra" e ordenando o exterm�nio dos membros da fac��o do Comando Vermelho. As mortes em Roraima seriam "um cumprimento" da determina��o.
O secret�rio n�o detalhou a justificativa de as mortes terem ocorrido tr�s meses depois da "ordem" nacional contida no �udio.
A rebeli�o ocorreu no hor�rio de visitas quando, segundo a Pol�cia Militar, cerca de 50 familiares estavam no local e foram feitos ref�ns. Ap�s negocia��o, todos foram liberados sem ferimentos.
Cerca de 80 homens do Bope (Batalh�o de Opera��es Especiais) foram ao pres�dio e controlaram a rebeli�o. Os presos foram encaminhados para as alas e foram trancados. Equipes do IML (Instituto M�dico Legal) estiveram no local para realizar a per�cia e identificar os corpos.
Durante a manh� desta segunda (17), cerca de 30 familiares dos detentos aguardavam em frente � penitenci�ria informa��es e a lista oficial com os nomes dos mortos.
Muitos dos parentes estavam dentro do pres�dio no momento da rebeli�o. Alguns contestam ser apenas dez mortos. "Eles querem que a gente saia daqui pra tirar os mortos", disse uma das testemunhas, que pediu anonimato.
"Eu vi quando eles (presos) invadiram a ala com pedras, peda�os de pau e fac�es. Abracei meu filho para proteg�-lo e fui furado na m�o", disse o pai de um detento que n�o quis se identificar.
Segundo ele, os visitantes n�o ficaram no local porque quiseram. "No desespero, muitas pessoas derrubaram uma parede pra poder sair da ala. Os policiais deixaram acontecer, foram irrespons�veis e omissos. Sa�mos por conta pr�pria".
Segundo o governo de Roraima, dos 1.400 presos, ao menos 300 foram "batizados" pelo PCC. O Estado quer transferir 16 presos considerados de alta periculosidade.
Durante o domingo, havia 14 agentes penitenci�rios de plant�o, com o refor�o de mais 143 policiais militares. O governo informou que pretende contratar mais 300 pessoas para atuar nos pres�dios.
Para o sindicato dos agentes carcer�rios de Roraima, o n�mero est� longe do ideal. "Hoje o n�mero de agentes n�o � suficiente pra dar conta do sistema prisional", disse o presidente da entidade Lindomar Sobrinho.
REBELI�O EM ROND�NIA
A segunda rebeli�o aconteceu na madrugada desta segunda-feira (17) na Penitenci�ria �nio dos Santos Pinheiro, em Porto Velho (RO).
A Sejus (Secretaria de Estado de Justi�a) informou que oito detentos morreram na rebeli�o e 22 ficaram feridos, sendo dois em estado grave, que foram encaminhados para pronto-socorro da cidade. Os demais foram atendidos na pr�pria unidade prisional.
A rebeli�o aconteceu por volta da 1h no Pavilh�o B do pres�dio quando um grupo ligado ao Comando Vermelho entrou em confronto com outra fac��o. O secret�rio da Sejus, Marcos Rocha, afirmou que de 30 a 40 presos envolvidos na rebeli�o foram transferidos para outras unidades e perderem o direito ao regime semiaberto.
REFORMA DO SISTEMA PRISIONAL
O ministro das Rela��es Exteriores, Jos� Serra, disse que a solu��o para a viol�ncia e as viola��es de direitos humanos nos pres�dios passa por uma reforma do sistema prisional.
Questionado por jornalistas, nesta segunda-feira (17), na �ndia, o ministro disse que n�o tinha conhecimento sobre as mortes no pres�dio de Roraima, mas disse que "esse � um problema grave no Brasil, que vem de d�cadas".
"� dif�cil imaginar resolver no curto prazo, porque implica reforma do sistema prisional e constru��o de pres�dios e custeio para manter pres�dios, que � alt�ssimo", afirmou o chanceler.
Colaborou ISABEL FLECK, Enviada Especial a Goa (�ndia)
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