'Batalha militar' de 4 h mata brasileiro chefe do tr�fico na fronteira paraguaia
Reprodu��o/Twitter/ABC Digital | ||
Carro em que morreu o traficante Jorge Rafaat; ve�culo foi alvo de tiros de metralhadora antia�rea |
O traficante Jorge Rafaat Toumani, 56, foi morto a tiros na noite da �ltima quarta-feira (15) no centro de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia onde morava, na fronteira com Ponta Por� (MS).
Chefe do narcotr�fico na regi�o, ele havia sido condenado em 2014 no Brasil a penas que somam 47 anos de pris�o.
Rafaat foi morto em meio � guerra pelo controle do tr�fico de drogas na fronteira entre Brasil e Paraguai.
A pol�cia paraguaia suspeita que a execu��o tenha sido planejada pela fac��o criminosa paulista PCC (Primeiro Comando da Capital), que busca se estabelecer na fronteira em parceria com o "bar�o da droga" Jarvis Ximenes Pav�o. Tamb�m n�o descarta que o Comando Vermelho, outra fac��o brasileira, tenha participado da opera��o.
Segundo policiais civis e federais, a regi�o de Pedro Juan Caballero � a �nica do Paraguai que n�o tinha sido dominada pelos traficantes do PCC. Com um pequeno ex�rcito � disposi��o, "Padrinho", como era conhecido, repeliu v�rias tentativas de traficantes brasileiros de dom�nio do tr�fico local.
Rafaat havia escapado de dois atentados, o �ltimo deles h� tr�s meses. Desta vez, os pistoleiros cercaram o jipe Hummer dirigido por Rafaat e romperam a blindagem com armamento militar de calibre.50 acoplado na parte traseira de uma Toyota Hilux SW4. Ele foi atingido por 16 proj�teis.
Os seguran�as de Rafaat seguiam em outros carros logo atr�s e reagiram, dando in�cio a um tiroteio que teria envolvido 70 pessoas e durado quatro horas. A escolta pessoal do traficante � estimada em cerca de 30 homens, todos fortemente armados.
At� o fim da tarde desta quinta (16), a pol�cia paraguaia havia prendido oito pessoas envolvidas na troca de tiros. Entre eles est� o brasileiro S�rgio Lima dos Santos, 34, que foi atingido pelos seguran�as de Rafaat e est� internado sob escolta policial na capital, Assun��o.
S�rgio teria sido o operador da arma antia�rea que perfurou a blindagem do carro de Rafaat. Segundo a pol�cia paraguaia, ele nasceu no Estado do Rio de Janeiro.
FICHA
Rafaat –que dizia ter nascido no Paraguai, mas era registrado no Brasil–, foi condenado em primeira inst�ncia pela Justi�a federal brasileira em abril de 2014 por tr�fico internacional de drogas.
As penas somadas chegam a 47 anos de pris�o em regime fechado, mais multa de R$ 403,8 mil. O irm�o dele, Joseph Rafaat Toumani, foi condenado a 15 anos de pris�o. A Justi�a confiscou avi�es, carros e im�veis da fam�lia.
Depois disso, Rafaat cruzou a fronteira e ostentava uma vida de luxo como empres�rio em Pedro Juan Caballero. Tinha com�rcios de pneus e de materiais de constru��o, mas atuava mesmo no tr�fico de drogas.
Vivia livre no Paraguai porque as autoridades do pa�s n�o dispunham de provas para incrimin�-lo, embora a Senad (secretaria nacional paraguaia de pol�ticas antidrogas) acompanhasse os movimentos dele havia anos.
Rafaat tentou ocupar o vazio deixado na fronteira ap�s a pris�o de Fernandinho Beira Mar, em 2002. Ele j� tinha liga��es com o crime organizado desde os anos 1990, tendo come�ado contrabandeando caf�. Envolveu-se ainda com tr�fico de armas e drogas.
Em 1996, o Banco Central brasileiro identificou uma remessa de R$ 520 mil para o Uruguai, por meio de uma conta da Gabarito Materiais de Constru��es no Banco de Cr�dito Nacional (BCN). Registrou ainda R$ 5,5 milh�es movimentados entre 1996 e 1998 nesta conta e na de outra empresa de Rafaat.
Ele usava laranjas para a movimenta��o financeira em duas empresas. Condenado a dez anos de pris�o por lavagem de dinheiro, cumpriu parte da pena e conseguiu anular o restante no STJ (Superior Tribunal de Justi�a).
Desde a d�cada de 1990 ele vinha se articulando para assumir o controle do tr�fico de drogas na fronteira.
Em maio de 2001, pistoleiros atacaram com metralhadoras as instala��es da empresa de Rafaat em Pedro Juan Caballero. � �poca, investiga��es da Senad conclu�ram que ele queria herdar os neg�cios de Beira Mar a partir de contatos que mantinha com cart�is colombianos.
A pris�o de Rafaat foi decretada pela primeira vez em 2003, e ele ficou preso por tr�s anos. Em 2004, a Pol�cia Federal apreendeu em S�o Jos� do Rio Preto (SP) 492 kg de coca�na despachados por ele.
Em mar�o deste ano, Rafaat sofreu novo atentado, desta vez planejado supostamente pelo PCC.
Os pistoleiros foram perseguidos pelos seguran�as de Rafaat e abandonaram um caminh�o com v�rias metralhadoras no lado brasileiro da fronteira.
As investiga��es do atentado levaram a pol�cia paraguaia a descobrir, uma semana depois, um arsenal escondido em uma casa num bairro da periferia de Assun��o.
ANOS 1990
A atua��o de Jorge Rafaat Toumani no tr�fico de drogas � conhecido pela Pol�cia Civil de S�o Paulo desde a d�cada de 1990.
Em 1993, equipes do Denarc (narc�ticos) apreenderam duas toneladas de maconha e 70 kg de haxixe escondidos em meio a uma carga de madeira.
Os policiais partiram em dilig�ncia para um endere�o em Ponta Por� (MS) que constava na nota fiscal da carga transportada.
L�, s� encontraram uma casa onde estavam instalados equipamentos de r�dio (tecnologia de �ltima gera��o) que enviavam para o lado paraguaio, em Pedro Juan Caballero, os telefonemas recebidos naquele endere�o.
Descobriram, tamb�m, que tudo pertencia a pessoas ligadas Toumani e, desde ent�o, acompanham not�cias dele.
Colaboraram RUBENS VALENTE, de Bras�lia, e ROG�RIO PAGNAN, de S�o Paulo
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A MORTE DE JORGE RAFAAT
1. Ataque
Rafaat estava em um jipe Hummer blindado, no centro da cidade, quando foi alvo de tiros. Os vidros do ve�culo n�o resistiram �s balas de uma metralhadora de calibre.50
Ele morreu ao volante, sem tentar se defender, segundo disse o m�dico legista Marcos Prieto, que inspecionou o corpo, � imprensa paraguaia
2. Tiroteio
Os seguran�as do traficante, que estavam em outro ve�culo, tocaram tiros com os pistoleiros por cerca de 4 horas
3. Desfecho
O tiroteio continuou at� a r. Jos� Felix Estigarribia, em uma �rea onde ficam universidades, bares, bancos e um sanat�rio
Ap�s o crime, ainda houve um ataque a pr�dios de empresas de Rafaat no Paraguai, e foi colocado fogo em uma revenda de pneus do traficante
Fonte: Jornal paraguaio ABC Color
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