Passageiros da estreia ainda esperam metr� perto de casa
Quando Jos� Augusto andou de metr� pela primeira vez, aos 13 anos, esperava que ele fosse um dia passar perto de sua casa, em Campo Belo, na zona sul. J� Marcelo, aos 12, teve de explicar aos amigos que o t�nel n�o cairia sobre sua cabe�a.
Eles estavam entre as poucas crian�as que participaram da inaugura��o da opera��o comercial do Metr� de S�o Paulo, em setembro 1974.
Quarenta anos depois, convidados pela Folha, eles refizeram a viagem. Hoje, dizem n�o usar mais o transporte.
"Eu estava fascinado com a modernidade, para mim aquilo era o progresso chegando", diz Jos� Augusto Aly, 53. Professor de arquitetura do Mackenzie, ele avalia que o metr� n�o cresceu no ritmo que deveria e cobra investimentos em expans�o.
J� Marcelo Godoy, 52, que teve dois filhos e se tornou dono de um restaurante, teve de driblar autoridades e convidados para poder andar de metr� em paz.
"No dia, estava uma confus�o: um monte de gente e pol�ticos. Eu estava com o meu av�, que trabalhou nas obras, e lembro que queria fotografar tudo com uma m�quina Kodak da minha irm�", lembra. Infelizmente, ele conta, as fotos de sua c�mera sa�ram todas queimadas.
PRIMEIRO DIA
Se tivesse funcionado naquele dia, a m�quina de Marcelo guardaria cenas improv�veis de se ver hoje. Entre elas, um ex�rcito de modelos que recepcionavam os passageiros vestidas de camisas azuis, cal�as brancas no
modelo boca de sino e chapel�es com fitas azuis.
Al�m disso, nas ruas, fanfarras e corais de crian�as aguardavam os viajantes nas sa�das das esta��es do primeiro trecho inaugurado (entre Vila Mariana e Jabaquara, na linha 1-azul).
Naquela �poca, um dispositivo sobre a catraca perfurava os bilhetes que custavam o equivalente a R$ 0,84 (valor reajustado pelo IPC-Fipe). Caso o passageiro tentasse furar duas vezes o mesmo bilhete, a catraca n�o era liberada.
Apesar da aparente fragilidade do sistema, eram poucas as tentativas de fraudes.
"Antigamente, o bilhete n�o era magn�tico, era apenas um peda�o de cartolina, e a gente n�o tinha problemas com falsifica��o", diz Nelson Medeiros Sobrinho, que trabalha h� 40 anos na empresa.
BILHETE GR�TIS
Sobrinho atua como gerente de opera��es financeiras, mas come�ou a carreira na companhia tentando convencer o p�blico a andar nos trens da companhia.
"O Metr� n�o foi um sucesso instant�neo. Com o tempo, as pessoas tiveram que ser convencidas de que poderiam us�-lo cotidianamente, de que era seguro e funcional", afirma ele.
Para que isso acontecesse, a empresa precisou at� distribuir bilhetes gratuitamente e fazer excurs�es escolares pelas esta��es e trens.
Hoje, tanto Jos� Augusto quanto Marcelo usam carros, mas cobram a expans�o da rede para poderem usar frequentemente os vag�es.
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