'Carandiru ga�cho' tem popula��o maior que 40% das cidades do RS
Calhas improvisadas por detentos para conter goteiras do sistema de esgoto dentro das celas sintetizam a situa��o de calamidade do Pres�dio Central de Porto Alegre, um dos maiores do pa�s.
Estado cogita desativa��o e venda da �rea de 'Carandiru ga�cho'
Para evitar contato com os res�duos, que vertem pelo teto, os presos armam prote��es de pl�stico e improvisam tubula��es, em alguns casos com garrafas pet, que jogam o l�quido pela janela.
A 15 minutos do centro de Porto Alegre, o pres�dio ganhou fama de pior do pa�s nos �ltimos anos ap�s ser alvo da CPI do Sistema Carcer�rio.
Em janeiro, uma representa��o feita � OEA (Organiza��o dos Estados Americanos) pela Associa��o dos Magistrados do Estado e outras entidades denunciou o pa�s pela situa��o da cadeia, o que obrigar� o governo federal a se posicionar sobre o caso.
Relatos de autoridades e de t�cnicos sobre as m�s condi��es do local constrangeram a gest�o do governador Tarso Genro (PT) em 2012.
� uma esp�cie de Carandiru ga�cho, com uma popula��o maior do que 40% das cidades ga�chas e encravado em �rea movimentada da capital. Com capacidade para 2.000 detentos, abriga 4.000.
No Estado, s�o 29,1 mil presos para 21,5 mil vagas.
SEM BANHEIROS
Na constru��o, nos anos 50, n�o foram projetados banheiros nas celas. A adapta��o de sanit�rios constru�dos anos depois foi falha. Parte dos res�duos � despejada no p�tio e corre a c�u aberto.
Em dezembro, num dia com temperatura de 30�C, a Folha visitou uma ala do pres�dio. Um forte odor exalava e, no p�tio, presos jogavam futebol a poucos metros de po�as de esgoto. Detentos usavam rodos para limpar um piso ao lado. O lixo estava por toda a parte na �rea externa.
O preso Felipe Martins, 32, diz que o p�tio inunda quando chove. "Fica aquele cheiro misturado de urina e fezes. N�s, tudo bem, estamos acostumados. O problema s�o as visitas sentirem, as crian�as."
Uma reforma ampla, sem a retirada dos presos, � invi�vel. O Crea (conselho regional de engenharia) considerou a infraestrutura "irrecuper�vel", ap�s inspe��o.
A parte el�trica tem redes antigas e improvisadas, com risco de curto-circuito. Uma ala muito prec�ria est� vazia ap�s interdi��o judicial.
Em uma das galerias visitadas pela reportagem, centenas de detentos se amontoam em um espa�o em que a luz natural quase n�o chega.
H� presos que passam a noite no corredor devido � falta de espa�o nas celas. De dia, o volume dos colch�es empilhados pelo ch�o torna ainda mais dif�cil circular por ali.
Na seguran�a, revezam-se 370 homens da Brigada Militar (PM ga�cha). No dia de visita, s�o quase mil familiares.
Segundo o Conselho Regional de Medicina, o atendimento m�dico no pres�dio � prec�rio. N�o h� uma equipe para cada 500 presos, m�nimo recomendado, sendo que alguns n�o conseguem autoriza��o de l�deres do pavilh�o para ir ao ambulat�rio. H� tr�s anos, estimava-se que 9% dos detentos sofriam de tuberculose.
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