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30/05/2012 - 10h52

Cacha�a de Paraty � produzida do mesmo jeito desde o s�culo 18

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ANDR� BARCINSKI
DE PARATY (RJ)

Chove em Paraty. Mesmo assim, Maria Izabel Gibrail Costa, 61, prefere andar descal�a. "S� uso sapato para viajar. Por isso, n�o viajo muito."

Maria Izabel � uma personagem conhecida na cidade. Nasceu em Paraty, assim como os pais e as seis filhas.

Isadora Brant/Folhapress
Maria Isabel, dona do alambique que leva seu nome, em Paraty
Maria Isabel, dona do alambique que leva seu nome, em Paraty

Cresceu numa fazenda, ouvindo hist�rias dos antepassados, que chegaram aqui no s�culo 18 e ficaram famosos produzindo cacha�a. "Ainda me emociono muito quando vejo os casar�es de Paraty."

Desde 1994, Maria Izabel produz a cacha�a que leva seu nome, uma das melhores da regi�o. Sua produ��o � pequena -cerca de 7.000 litros por ano- e feita com as mesmas t�cnicas de seus antepassados. "Somos a �nica cacha�aria que ainda produz o pr�prio fermento, como se fazia antigamente", diz.

Maria Izabel vive e trabalha no s�tio Santo Ant�nio, uma linda propriedade � beira-mar, a 5 km da cidade.

L� fica a planta��o de cana e o alambique. Diz que s� usa a pr�pria cana ou a de propriedades pr�ximas para poder cort�-la e mo�-la no mesmo dia, evitando a acidez.

O alambique produz duas cacha�as, a normal e a azulada, esta destilada com a folha da tangerina. A bebida fica guardada em ton�is de jequitib�, que n�o interferem no aroma, e em barris de carvalho, que deixam a cacha�a amarelada e, segundo Maria Izabel, "marcam" o sabor.

Ela sabe que seu produto � o mais caro da regi�o. "Nossa cacha�a custa caro porque a produ��o � cara", diz.

"� muito mais dispendioso plantar cana do que compr�-la de Ca�apava, por exemplo. E nossa planta��o fica num morro, por isso n�o uso m�quinas. A colheita � manual, feita com enxada."

Os maiores consumidores da cacha�a Maria Izabel s�o comerciantes da pr�pria cidade de Paraty. Al�m deles, alguns turistas visitam o alambique para degusta��es e sempre levam garrafas.

BOCA A BOCA

A empres�ria n�o pensa em crescer mais: "Aqui, trabalhamos s� eu e tr�s funcion�rios. Est� bom assim".

A divulga��o da cacha�a � feita no boca a boca, assim como as visitas ao alambique. N�o h� nem sequer uma placa na estrada informando a localiza��o do s�tio. "N�o quero ficar exposta. Afinal, eu moro aqui", afirma.

Ela mora com a filha, Maia, 18, portadora da s�ndrome de Down. As duas v�o � cidade quase todos os dias para sess�es de fonoterapia.

Ser� que alguma das filhas pretende continuar a tradi��o da cacha�a Maria Izabel depois que a m�e se aposentar? "N�o penso nisso. Se n�o quiserem, tudo bem."

 

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