� secret�rio de Reda��o da Folha. Foi editor de Opini�o (coordenador dos editoriais) e do caderno 'Mundo'.
Escreve �s segundas-feiras.
Economia tende a colocar terceiro elemento na disputa presidencial
Marlene Bergamo/Folhapress - Marcus Leoni/Folhapress | ||
O ex-presidente Lula (esquerda) e o deputado federal Jair Bolsonaro |
S�O PAULO - Os efeitos sens�veis de reviravoltas no ciclo econ�mico —numa na��o relativamente complexa, remediada e populosa como o Brasil— s�o sempre defasados. A pior recess�o em uma gera��o come�ou em meados de 2014, mas demorou bastante tempo para a ficha cair.
O desemprego sustentou-se em n�veis muito baixos at� o final daquele ano, o que ajudou a reeleger governantes, como Dilma Rousseff e Luiz Fernando Pez�o, diretamente respons�veis por escolhas calamitosas de pol�tica econ�mica. Em 2016, com a desocupa��o perto do pico hist�rico, a oposi��o ao PT e ao statu quo colheu estrondosa vit�ria nos munic�pios.
A din�mica territorial do veneno recessivo tamb�m mostrou-se heterog�nea. Em 2014, todos os Estados do Nordeste, � exce��o de Sergipe, cresceram acima da m�dia nacional de 0,5%. A taxa da Bahia, o maior deles, foi quase cinco vezes a brasileira. J� S�o Paulo encolheu 1,4%.
Naquele ano os votos nordestinos, somados aos da por��o setentrional de Minas, deram a Dilma a mais apertada vit�ria presidencial neste ciclo democr�tico.
O pau que bateu em Chico ladeira abaixo bate em Francisco morro acima. O desemprego demora a recuperar-se, embora a recess�o tenha ficado para tr�s h� quase um ano. Os Estados nordestinos ainda sofrem a dor aguda da depress�o, situa��o superada em outras unidades.
Al�m disso, a recupera��o c�clica n�o trata uma grave sequela exposta no choque recessivo. Estados e munic�pios, provedores dos servi�os de educa��o, sa�de e seguran�a, est�o falidos. Voltaram a explodir a viol�ncia e o homic�dio juvenil, substrato t�pico para aventuras justiceiras.
Por essas raz�es, se a elei��o fosse hoje, as chapas antiestablishment de Lula da Silva e Jair Bolsonaro teriam impulso extra. A evolu��o prov�vel do quadro econ�mico nos pr�ximos meses tende a colocar nesse jogo um terceiro elemento.
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