� farmac�utica, senadora pelo PCdoB do Amazonas e procuradora especial da mulher do Senado.
Simplesmente Marisa
Nosso adeus a dona Marisa Let�cia, al�m da dor, foi carregado n�o s� da dor como tamb�m de sentimento de tristeza e de profunda indigna��o com tudo a que ela e sua fam�lia foram submetidas. Marisa era uma pessoa simples, com uma trajet�ria de vida tal qual a de muitas brasileiras de origem humilde.. M�e e dona de casa respons�vel, mas acima de tudo uma lutadora, militante.
Aos 9 anos era bab� e, aos 13, oper�ria numa f�brica em S�o Bernardo, onde mais tarde lideraria passeatas de mulheres pela liberdade de sindicalistas presos pela ditadura militar.
Foi companheira e conselheira de um dos mais importantes l�deres pol�ticos do mundo. Deixou-nos, v�tima de um AVC que lhe ceifou prematuramente a vida aos 66 anos de idade. Ela ainda resistiu por dez longos dias, durante os quais foi alvo de calorosas manifesta��es de solidariedade, especialmente das pessoas simples do povo.
Mas, lamentavelmente, tamb�m foi v�tima de agress�es est�pidas, bestiais, semelhantes �quelas que levaram Get�lio Vargas ao suic�dio. Que mundo � esse em que se comemoram a doen�a e o falecimento de algu�m? Que seres humanos s�o esses?
Ela imaginou que a elei��o do primeiro oper�rio presidente da Rep�blica deixaria para tr�s o �dio de classe, assim como acreditou que a elei��o da primeira mulher presidente indicasse o fim do preconceito e da discrimina��o contra as mulheres.
Que nada! A teoria e a pr�tica est�o mostrando que s�o as contradi��es de classes que alimentam a intoler�ncia entre humanos e desencadeiam as crises.
Dona Marisa e Lula foram e s�o v�timas desse �dio, que se intensificava na mesma propor��o do sucesso do governo. Alguns n�o admitiram que um homem simples, um oper�rio, ocupasse um posto t�o importante.
Lula, diferentemente de muitos, n�o � um homem simples que venceu na vida porque acumulou riqueza. Pelo contr�rio, venceu porque ousou dizer que tamb�m os simples, os trabalhadores, podem comandar.
Governar n�o s� para aqueles de quem o poder historicamente sempre cuidou, as camadas mais abastadas, mas sobretudo para aqueles a quem sempre se virou as costas, os pobres, os exclu�dos.
A crise pela qual passamos deixa claro o quanto as diferen�as de classe ainda marcam as rela��es sociais, animam a intoler�ncia e o �dio contra as pessoas. Por�m, mesmo vivendo numa sociedade injusta, dividida em classes, n�o se pode permitir esse tipo de intoler�ncia e de �dio. Temos que entender que n�o h� caminho para a humanidade que n�o passe pelo amor, pela solidariedade.
Mesmo depois de 72 anos de publicada, a Declara��o Universal dos Direitos Humanos ainda � um sonho e um objetivo a ser alcan�ado.
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