Pela Copa do Brasil, os quatro semifinalistas atuaram bem, no coletivo e no individual, por terem escalado os melhores jogadores. O Flamengo confirmou a superioridade sobre os outros três, por ter mais talentos.
Na seleção, Tite, nos dois últimos amistosos antes da Copa, contra Gana e Tunísia, vai convocar os jogadores que pretende levar ao Mundial e escalar a equipe que deve iniciar a Copa ou ainda vai fazer experiências?
Na zaga, além de Marquinhos, Thiago Silva e Militão, quem será o quarto zagueiro convocado? Há vários do mesmo nível. Na lateral direita, Daniel Alves estará na Copa junto com Danilo? Quem será o substituto de Daniel Alves se ele não for chamado? Não há boas opções. Emerson, do Tottenham, é o mais cotado. Prefiro Marcos Rocha. Na esquerda, além de Alex Sandro, quem será o segundo lateral? Eu escolheria Arana.
Se fossem 23, como era antes, os 12 do meio-campo e do ataque estariam certos: Casemiro, Fabinho, Bruno Guimarães, Fred, Paquetá, Coutinho, Raphinha, Vinicius Junior, Antony, Neymar, Gabriel Jesus e Richarlison.
Quem serão os três que completarão o grupo de 26? Provavelmente, um centroavante (Pedro, Matheus Cunha ou Firmino), um atacante pelo lado (Rodrygo é o favorito) e mais um para a defesa ou para o meio-campo. Em caso de emergência, Militão ou Marquinhos podem jogar na lateral direita, e Casemiro e Fabinho já atuaram na zaga. Já na lateral esquerda não há um jogador de outra posição que já tenha atuado no setor.
Eu me entusiasmo mais pela convocação de Pedro do que pela de outros jogadores que atuam no Brasil, que já foram pedidos ou até convocados, como Gabigol, Hulk, Éverton Ribeiro, Raphael Veiga, Danilo e outros.
Neymar, na estreia da Copa, será o atacante mais adiantado pelo centro, com Paquetá próximo a ele, além de dois pontas que marcam e atacam e dois volantes, ou Tite vai escalar um centroavante e recuar um pouco Neymar? Sairia Paquetá, que pode ser opção pelo lado ou mesmo na posição de Fred.
No futebol e em todas as atividades, há mais dúvidas do que certezas. Só os prepotentes e ignorantes sabem tudo e/ou acham que todos os movimentos e ações dos jogadores são programados.
Quem vai ganhar a Copa? Ninguém sabe. O Brasil fez um ótimo planejamento, possui excelentes jogadores, tem um técnico e uma comissão técnica eficientes e está no mesmo nível das outras melhores seleções.
O problema são os detalhes imprevisíveis, que surgem de repente. A bola entra também por acaso. O treinador, além dos conhecimentos, tem, às vezes, de agir rapidamente e de uma maneira diferente da ensaiada. Essa capacidade de improvisar é uma das principais virtudes dos craques, em todas as atividades humanas.
Uma bola perdida, um lance genial de um craque, uma mudança tática surpreendente do treinador, um encontro ou um desencontro, uma dor de cotovelo, uma falha do árbitro, do auxiliar ou do VAR e tantos outros detalhes mudam o resultado de um jogo, de uma Copa, e a história do futebol.
Na Copa de 1970, na metade do segundo tempo contra a Inglaterra, quando o jogo ainda estava 0 a 0, vi o centroavante Roberto se preparando para entrar. Só podia ser em meu lugar. Isso me incentivou a tentar um lance individual, que resultou no gol de Jairzinho. Antes de a partida ser reiniciada, saí, e entrou Roberto. Por um triz, por segundos, ele podia ter entrado, ter feito o gol da vitória e se tornado titular até a conquista do título. Minha história na Copa seria diferente.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.