Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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Agora é que são elas: menos Ancelotti, mais Pia

É hora de Letícia, Rafaelle e Luana. De Tamires, Debinha e Bia Zaneratto. E da eterna Marta

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É tempo de Copa do Mundo, mas esqueça Tite, Vinicius Junior, Neymar e Alisson. Esqueça Casemiro, Fred e Paquetá. Também tente esquecer (pelo menos temporariamente) aqueles malditos quatro minutos daquela horripilante prorrogação. E, principalmente, esqueça Carlo Ancelotti —ele não está pensando em você, de qualquer forma.

Ah, também deixe de lado (mas nunca esqueça) as violações aos direitos das mulheres e da comunidade LGBTQIA+ frequentes no Qatar.

Agora é hora de Pia, Letícia, Rafaelle e Luana. De Tamires, Debinha e Bia Zaneratto. E da eterna Marta, a melhor de todos os tempos.

Pia quer deixar uma boa estrutura na seleção - Pedro Ladeira - 2.jul.23/Folhapress

A Copa do Mundo das mulheres começa nesta quinta (20), com sede dividida entre Austrália e Nova Zelândia, portanto, com muitos jogos de manhãzinha. O Brasil, no entanto, só estreia na próxima segunda (24), contra o Panamá, seleção centro-americana que pode comprovar a tese de que ainda existe um bobo ou outro no futebol feminino.

Uma possível goleada brasileira na estreia, porém, não deve ser vista como sinal de favoritismo para o campeonato. Mesmo o primeiro lugar no grupo, que tem a França como principal rival, deve ser encarado com cautela. As francesas, que eliminaram o Brasil no Mundial passado, em 2019, não vivem o melhor momento. Bom para nós.

De qualquer forma, a Copa tem tudo para ser a mais equilibrada de todas. E o Brasil está mais para uma seleção no pote "pode surpreender" do que no das "favoritas". Digamos que o Brasil do feminino é de certa forma a Croácia no masculino. E a Marta é o nosso Modric, uma maestra em sua última Copa, mas quem sabe ela não ganha a mesma bênção de Messi, que fez uma temporada limitada antes do Qatar para se transformar em semideus durante aquele mês. Depois os dois podem se reunir na Flórida para contar divertidas histórias; Messi, em Miami, e Marta, em Orlando.

Em outras Copas, ou Jogos Olímpicos (que têm um valor de Copa no feminino), a esperança do Brasil parecia muita concentrada no talento individual de Marta, Cristiane, Formiga e cia. Desta vez, não. Temos uma equipe muito mais bem estruturada taticamente, com mais senso de agrupamento, de composição e do que fazer em campo, inclusive sem a bola. Cortesia de Pia.

Curioso como a mesma CBF, que faz tudo errado com a seleção brasileira masculina desde o fim do torneio do Qatar, acertou ao dar o crachá de treinador para a sueca Pia Sundhage.

Pia vai completar um ciclo inteiro na seleção feminina. Assumiu menos de um mês depois do Mundial de 2019 e esteve à frente do grupo desde então. Viu de perto a bagunça do futebol feminino, que, aos poucos, começa a ter um Campeonato Brasileiro um pouco mais maduro.

Em junho, durante a Finalíssima, contra a Inglaterra, a técnica adversária Sarina Wiegman ficou surpresa e decepcionada ao saber que a seleção brasileira não tinha uma categoria sub-15.

Por essas e outras, Pia já disse antes que seu sonho (ou objetivo) é deixar uma estrutura bem montada para a seleção. Deve ser o que chamam de legado. Deve ser legal deixar legado.

Foi na mesma Finalíssima, depois de três anos e meio pregando no deserto, que a seleção voltou a dar a impressão de que podia jogar de igual para igual com as principais equipes do mundo, o que inclui Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, Espanha, Holanda e Suécia.

Após o empate com as inglesas em Wembley (com derrota nos pênaltis), o Brasil venceu a Alemanha em Nuremberg. Deve ser a vantagem de ter um bom trabalho realizado em um ciclo completo.

Se Ancelotti, por algum motivo desconhecido, não vier para a seleção, e se a querida CBF insistir em um treinador estrangeiro (em vez de efetivar de vez Fernando Diniz), por que não chamar a Pia? Seria histórico. E ela já é funcionária, é só oferecer um aumento (algo me diz que ela ganha menos do que o interino Diniz).

23 a 2

O espanhol Carlos Alcaraz já era número 1, mas precisava de uma grande vitória contra o negacionista da vacina Novak Djokovic para se colocar de vez na posição de líder da nova geração. Não falta mais nada. Após o título na batalha de Wimbledon, Alcaraz conquistou seu segundo Grand Slam… contra 23 de Djoko.

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