� escritor e jornalista. Considerado um dos maiores bi�grafos brasileiros, escreveu sobre Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda. Escreve �s segundas,
quartas, sextas e s�bados.
Doce vingan�a
Mohhamed Al-Shaikh-16.mar.2013/AFP | ||
Charles Aznavour em apresenta��o no Espa�o das Am�ricas, em S�o Paulo, em mar�o de 2013 |
RIO DE JANEIRO - Charles Aznavour, o cantor e compositor franc�s, volta a se apresentar no Brasil. Est� para completar 93 anos e inacredit�veis 84 de carreira –porque, nascido em 1924, filho de artistas de palco, aos nove, em 1933, j� era ator e cantor. Por muitos anos, lutou sem conseguir nada –ele pr�prio se achava feio, baixinho, sem voz, sem instru��o, sem cultura e sem personalidade. Enquanto isso, a grande can��o francesa do s�culo 20 explodia ao seu redor.
Quando ele come�ou, Mistinguett j� gravara "Mon Homme", mas n�o ainda "Je Cherche un Millionnaire". Lucienne Boyer, idem, j� gravara "Parlez-Moi d'Amour", mas n�o "Chez Moi". Jean Sablon ainda iria gravar "Vous Qui Passez Sans me Voir" e "Insensiblement". E Charles Trenet, "Que Reste-t-il de Nos Amours", "La Mer" e "L'�me des Po�tes". Tino Rossi nem sequer sonhava com "J'attendrai". Nem Edith Piaf com "La Vie en Rose", "Hymne � l'Amour" e "Non, Je Ne Regrette Rien".
Enquanto o jovem Charles continuava se esfor�ando para aparecer, estouraram Yves Montand com "Les Feuilles Mortes", Jacqueline Fran�ois com "Sous Le Ciel de Paris", Patachou com "C'est Si Bon", Juliette Greco com "Rue des Blancs-Manteaux", Mouloudji com "Un Jour Tu Verras", Henri Salvador com "Dans Mon �le" e muitos outros. E, na linha dos grandes autores-cantores, surgiram Georges Brassens com "Le Gorille", Gilbert B�caud com "Et Maintenant", L�o Ferr� com "Avec Le Temps" e Jacques Brel com "Ne Me Quittes Pas". Era como se n�o houvesse espa�o para ele.
Quando j� estava quase desistindo, em 1960, aos 36 anos, algo o despertou. Come�ou com "Tu T'laisses Aller", seguiu com "Que Ce Triste Venise" e "La Boh�me", e nunca mais parou. Tornou-se, definitivamente, Charles Aznavour.
E est� at� hoje no palco, talvez para se vingar da eternidade em que n�o foi ningu�m.
Livraria da Folha
- Cole��o "Cinema Policial" re�ne quatro filmes de grandes diretores
- Soci�logo discute transforma��es do s�culo 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade