Na Folha, foi editor de "Opini�o", da Primeira P�gina, editor-adjunto de "Mundo", secret�rio-assistente de Reda��o e produtor-executivo do "TV Folha", entre outras fun��es.
Os tr�s pat�ticos
A�cio Neves, Gilmar Mendes e Eduardo Cunha atuam como protagonistas de uma causa falida. Mesmo assim, n�o perdem uma oportunidade de expor em p�blico sua estreiteza de horizontes. S�o golpistas declarados. N�o importa a l�gica, a pol�tica, a dial�tica ou mesmo o senso comum. Suas biografias, j� n�o propriamente admir�veis, dissolvem-se a jato a cada movimento realizado para derrubar um governo eleito.
Presidente do PSDB, o senador mineiro-carioca pouco se incomoda com o rid�culo de suas atitudes. A�cio sempre defendeu um programa de arrocho contra os pobres. Gabou-se da coragem de adotar medidas impopulares para "consertar o Brasil".
Agora sobe em trios el�tricos como porta-voz do povo. Critica medidas de ajuste, jura pensar no Brasil e usa qualquer artimanha com uma �nica finalidade: isolar a presidente. Convoca sabujos para atacar um jornalista que revelou o esc�ndalo do aeroporto constru�do para atender a ele e � pr�pria fam�lia. Maiores informa��es na p�gina A3 desta Folha publicada ontem (23/08).
Seu ajudante de ordens, ou vice-versa, � o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Sintoma da fragilidade do equil�brio de poderes vigente no Brasil, Mendes emite toda sorte de opini�es fora de autos. Muda de ideia conforme as conveni�ncias. De t�o tendencioso e parcial, seu comportamento p�blico seria suficiente para impugn�-lo como s�ndico de pr�dio. Na democracia � brasileira, pontifica como jurista na mais alta corte do pa�s. Quem quiser que leve a s�rio.
Mendes endossou as contas da campanha da presidente eleita alguns meses atr�s. Coisas do passado. Esque�am o que ele votou. De repente, detectou problemas insan�veis na mesma contabilidade e ruge amea�adoramente contra o que ele mesmo aprovou. No meio tempo, acusa o Planalto de comandar um sindicato de ladr�es financiado por empreiteiras envolvidas na roubalheira da Petrobras.
Bem, mas as mesmas empresas financiaram a campanha dos outros partidos. O que fazer? Vale lembrar: Mendes at� hoje trava o julgamento favor�vel � proibi��o do financiamento empresarial de campanhas pol�ticas. Seu pedido de vistas escancara um esc�ndalo jur�dico, legal e moral que o STF finge n�o existir. Ora, isso n�o vem ao caso, socorreria o juiz paladino Sergio Moro.
E a� aparece Eduardo Cunha, o peemedebista dirigente da C�mara. Terceiro na linha de sucess�o presidencial, Cunha encenava comandar um ex�rcito invenc�vel. Primeiro humilhou o Planalto na elei��o para o comando da Casa. Depois, passou a manobrar o regimento para aprovar o que interessa a aliados nem sempre expostos. Tentou ainda se credenciar como alternativa golpista. Curto circuito total. Pego numa mentira de pelo menos 5 milh�es de d�lares, a acreditar no procurador geral, Cunha atualmente circula como um zumbi rogando piedade de parlamentares muito mais interessados em salvar a pr�pria pele.
Cambaleante, o trio parece ter recebido a p� de cal com os pronunciamentos dos verdadeiros comandantes da nossa democracia. O mais recente veio do chefe do maior banco privado do pa�s, Roberto Setubal. Presidente do Ita� Unibanco, Setubal afirmou com todas as letras n�o haver motivos para tirar Dilma do cargo. Tipo ruim com ela, pior sem ela -que o digam os lucros pornogr�ficos auferidos pela turma financeira.
Sem a banca por tr�s, abandonada pelo pessoal do dinheiro grosso e encrencada em acusa��es lan�adas contra os advers�rios, � troupe do impeachment n�o resta muito mais que baixar o pano.
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