Na Folha, foi editor de "Opini�o", da Primeira P�gina, editor-adjunto de "Mundo", secret�rio-assistente de Reda��o e produtor-executivo do "TV Folha", entre outras fun��es.
PSDB prova do pr�prio veneno
"Pegaram um criminoso, r�u confesso, preso por abuso de menores, para me acusar sem nenhuma prova. Coisa de bandido."
N�o, a afirma��o n�o � de nenhum suspeito na opera��o da moda, a Lava Jato. O desabafo � do governador Beto Richa, tucano de carteirinha, num v�deo publicado no Facebook. Richa, como se sabe, ganhou notoriedade nacional –e internacional– como o carrasco de professores do Paran�.
Nada como um dia depois do outro. Eis que um auditor da Receita paranaense, Luiz Ant�nio de Souza, fez o que o doleiro Alberto Youssef pratica per�odo sim, per�odo n�o. Entrega uma dela��o premiada em troca de redu��o de penas. O conte�do fica ao gosto de um certo p�blico qualificado.
Para quem n�o sabe, Souza � acusado de participar de um esquema em que empres�rios pagavam propina em troca da redu��o ou at� da anula��o de calotes tribut�rios. Puxando o novelo, surgiu a den�ncia de que o grupo de auditores criminosos deveria molhar a m�o da campanha de Beto Richa com R$ 2 milh�es surrupiados na propinagem.
O conte�do da dela��o tem tanto valor quanto as infind�veis "revela��es" de Youssef. Ou seja, � tudo verdade? � tudo mentira? Que parte � verdade e que parte � mentira? Sil�ncio ensurdecedor no PSDB.
Assim como Souza, Youssef � um criminoso contumaz. O primeiro chega a abusar de menores; o segundo prefere negociar com adultos. "Incorrig�vel", como declarou o Minist�rio P�blico depois que o doleiro voltou a delinquir ap�s atuar como delator no caso Banestado.
Mesmo assim, Youssef recebeu uma nova chance. Virou testemunha-chave na Lava Jato. Mais. Ganhou direito a dela��es editadas.
Algumas de suas den�ncias estampam manchetes; outras, que envolvem gente de fora do governo atual, t�m que ser procuradas com lupa nas redes sociais.
A hist�ria fica mais grave ao sermos informados de que a Opera��o Zelotes, criada para investigar roubalheira grossa na Receita Federal, corre o risco de absolver 90% dos suspeitos. O caso envolve processos que somam mais de R$ 19 bilh�es em impostos sonegados, deixando a Lava Jato no chinelo.
Com a palavra Frederico Paiva, procurador respons�vel pelo processo: "Como as medidas investigat�rias n�o est�o sendo deferidas, as pessoas tamb�m n�o est�o preocupadas. Est� todo mundo em casa".
O procurador refere-se a pedidos de busca e apreens�o, escutas telef�nicas etc. sistematicamente negados pela 10� Vara Federal. Nada como fazer parte da sobrenomecracia. J� o juiz S�rgio Moro s� falta anunciar pris�es pelo Twitter.
No Brasil, a Justi�a � cega apenas para alguns. Para outros, depende de col�rios financeiros.
ESQUE�AM O QUE ESCREVI
Com o vazio de lideran�as dignas desse nome, a oposi��o escalou o veterano Fernando Henrique Cardoso para comandar a tropa de choque contra o governo. Rejuvenescido por amores tardios e celebrado pela banca em Nova York, faz o diabo para mostrar que est� em forma.
Subiu no caixote e gostou do ambiente; aguarda-se um dueto com Marta Suplicy em rede nacional. FHC chama Lula para o embate, flerta com o impeachment de Dilma, opina sobre tudo. Menos, por exemplo, sobre o dinheiro torrado para comprar a pr�pria reelei��o.
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