Na Folha, foi editor de "Opini�o", da Primeira P�gina, editor-adjunto de "Mundo", secret�rio-assistente de Reda��o e produtor-executivo do "TV Folha", entre outras fun��es.
Por que n�o uma Constituinte?
Quando parecia ser uma semana infernal para o governo, fatos mostraram que o jogo est� longe de ter sido jogado.
Um dos alvos da Lava Jato, a Setal, abriu o bico sobre o cartel que cercava a Petrobras. Segundo a empresa, a ind�stria da fraude vem de longe. Mais precisamente do final dos anos 1990, durante a gest�o de Fernando Henrique Cardoso. E agora, senador Jos�?
Quase ao mesmo tempo, surge v�deo do processo sigiloso mais vazado da hist�ria. O criminoso Alberto Youssef delata, em alto e bom som, que o senador A�cio Neves recebia propinas de uma diretoria de Furnas. Em S�o Paulo, capitania tucana, avan�a o processo sobre a roubalheira na CPTM/Metr�; procuradores acham brechas para ressuscitar a Castelo de Areia. (Para quem n�o se lembra, trata-se de opera��o sobre negociatas com governos tucanos. Foi impugnada sob o argumento de que os grampos incriminadores eram ilegais... Imagine se o mesmo crit�rio fosse aplicado na Lava Jato.)
Quer mais? Empreiteiros juram de p�s juntos que S�rgio Guerra, ex-presidente do PSDB e j� morto, embolsou grana pesada para esvaziar investiga��es na Petrobras. E um novo nome aparece para atormentar vestais de azul: o doleiro Adir Assad, ajudante de ordens de Youssef. O personagem tem muito a falar sobre neg�cios de Eduardo Cunha, S�rgio Cabral, governadores tucanos e o ex-prefeito Gilberto Kassab, segundo informa reportagem do sempre atento Fabio Serapi�o na revista "Carta Capital".
Resumo da �pera: multiplicam-se as provas de que o Estado brasileiro opera sobre uma base misturando corrup��o, coniv�ncia do grande empresariado e interesses partid�rios. Para o governo, isso pode at� trazer algum al�vio quanto a c�lculos pol�ticos. J� para os envolvidos, o PT e todas as suas in�meras digitais inclu�dos, s�o novos elementos a cobrar iniciativas mais convincentes que entrevistas coletivas atabalhoadas, pacotes requentados e dietas alimentares transformadas em term�metro pol�tico.
No que a esta altura parece um tempo imemorial, mais de 7 milh�es de brasileiros participaram de um plebiscito informal que durou de 1� a 7 de setembro de 2014. Quase 500 entidades organizaram a consulta. Resultado: 97% dos participantes se declararam a favor de uma Constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema pol�tico. Detalhe: a proposta foi lan�ada pela pr�pria administra��o petista p�s-junho de 2013. Teve gente que acreditou nela, tanto que organizou o referendo. J� o Planalto parece nem se lembrar da proposta, embora exista um projeto na C�mara pela convoca��o de um plebiscito oficial.
Que uma reforma pol�tica � mais do que necess�ria, os fatos se encarregam de mostrar. Que do mato atual n�o vai sair coelho sadio, disso pode se ter certeza. Esperar que os parlamentares de turno fa�am alguma mudan�a s�ria num sistema que os levou ao poder � como esperar Papai Noel na chamin�. Num pa�s em que um ministro do Supremo se d� o direito imperial de bloquear um m�sero projeto de purifica��o do financiamento eleitoral, e seus colegas de corte se fingem de mortos, qualquer cen�rio � poss�vel. At� que o povo e suas fam�lias percebam o custo da bandalheira institucionalizada.
MARTA � R�
Pol�ticos sempre apostam na lavagem cerebral do eleitorado. Marta Suplicy, herdeira de faqueiros reluzentes, que certo dia mostrou-se espantada ao descobrir que nem todas as casas tinham piscina, construiu sua carreira amparada no glamour de ser uma rica que pensa nos pobres. Nada contra, pelo contr�rio. Quanto mais gente defender os humildes, melhor. Mas n�o d� para encarar como normal, a n�o ser como oportunismo eleitoreiro, o s�bito antigovernismo de algu�m que durante anos e anos participou ativamente de tudo que agora critica. Relaxa e goza, Marta.
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