Na Folha, foi editor de "Opini�o", da Primeira P�gina, editor-adjunto de "Mundo", secret�rio-assistente de Reda��o e produtor-executivo do "TV Folha", entre outras fun��es.
A Justi�a malufou
A lista de pol�ticos divulgada como sendo produto da dela��o premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa carece de grandes novidades. De uma forma ou de outra, a maioria dos nomes j� havia sido liberada em ritmo vari�vel, de acordo com o calend�rio eleitoral.
O comit� tucano instalado na Pol�cia Federal imprimiu ritmo acelerado at� o fechamento das urnas, na tentativa v� de emplacar o candidato da oposi��o. O esfor�o culminou com aquela capa de uma revista que entrou para a hist�ria como uma das maiores vergonhas da imprensa nacional.
Ainda assim a lista de Costa tem seus atrativos. Apesar de ter dito publicamente no Congresso que a bandalheira na Petrobras vem de longe, o ex-diretor acusou sobretudo gente que pertence � base do atual governo. Houve duas exce��es: Eduardo Campos (PSB) e S�rgio Guerra (PSDB), unidos por uma circunst�ncia tr�gica, a morte, normalmente nestas horas sin�nimo de anistia ampla e preventiva.
Chama a aten��o tamb�m que a opera��o Vaza Jato, paralela � investiga��o oficial, esteja sendo t�o parcimoniosa quanto �s supostas dela��es da outra testemunha-chave, o doleiro Alberto Youssef.
Ele pareceu �til para construir aquela capa j� referida, desmoralizada no mesmo dia por seu pr�prio advogado. Fala-se que ele tem sua pr�pria lista de pol�ticos, mas estranhamente os nomes n�o pingam com tanta sofreguid�o quanto os apontados por Costa.
Por que ser�? Um palpite: o doleiro atua com o il�cito faz muito tempo. Foi personagem destacado na finada CPI do Banestado, criada para investigar esquema de corrup��o e lavagem de dinheiro que teve seu auge entre 1996 e 2002. Youssef estreou ali no papel de delator premiado. Jurou se afastar do crime, mas a carne � fraca. A CPI acabou em pizza, como de costume.
Salvos casos isolados -entre eles o de doleiros como Youssef-, nenhum dos pol�ticos e milion�rios citados na �poca conheceu o xadrez. Presume-se, no entanto, que a agenda de Youssef seja bem mais ecum�nica e explosiva que a do ex-diretor da estatal.
Presume-se, repita-se, uma vez que a Lava Jato tem sido marcada por procedimentos nada ortodoxos. Todos t�m o direito de desconfiar quando o suposto fato de se apontar um retrato na parede j� vira ind�cio de incrimina��o de um ex-presidente!
A espetaculariza��o e o vi�s partid�rio, infelizmente, conspiram contra a reputa��o de um trabalho investigativo que poderia, e ainda pode, espera-se, contribuir para a depura��o do habitat pol�tico e empresarial brasileiro.
Motivos para descren�a na imparcialidade judicial, ali�s, s� t�m crescido nos �ltimos tempos. Nem se fale dos momentos vexat�rios oferecidos por magistrados que desrespeitam normas em blitz e aeroportos e ainda contam com a retaguarda de seus pares. O buraco est� acima. Um dos exemplos mais frescos envolve o deputado Paulo Maluf, de curr�culo sobejamente conhecido.
O parlamentar � perseguido no mundo inteiro, menos no pa�s onde cometeu crimes. Pode viajar ao exterior apenas na imagina��o, lendo as placas das ruas do bairro chique onde mora em S�o Paulo.
Pois bem, aqui no Brasil Maluf recuperou o status de ficha-limpa. Para isso, o Tribunal Superior Eleitoral, � sua moda, mandou os escr�pulos �s favas. Manobrou, aguardou a viagem de um dos ministros a favor da condena��o do deputado para refazer a vota��o original e inverter o placar. Chocante. Assim � duro achar sa�da neste beco.
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