Na Folha, foi editor de "Opini�o", da Primeira P�gina, editor-adjunto de "Mundo", secret�rio-assistente de Reda��o e produtor-executivo do "TV Folha", entre outras fun��es.
E o mensal�o 1.0, onde fica?
Sem preju�zo de investiga��es rigorosas, den�ncias como a do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa devem ser vistas com cuidado. Primeiro, faltam provas cabais das acusa��es. As reportagens aludem a depoimentos que teriam sido dados, pap�is que o pa�s desconhece ou grava��es do tipo daquela invocada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes que nunca apareceram.
Na opini�o p�blica, den�ncias de baciada como a de Costa costumam produzir um efeito de soma zero. S� para relembrar: a atual celeuma em torno da Petrobras come�ou com o caso da compra de uma refinaria em Pasadena, nos EUA.
Bem, como se viu, a compra foi chancelada por um conselho de administra��o do qual faziam parte, al�m da petista e hoje presidente Dilma Rousseff, gente como F�bio Barbosa, ex-banqueiro e hoje um dos v�rios presidentes da editora Abril; Jorge Gerdau, empres�rio gra�do do ramo da siderurgia; e Cl�udio Haddad, fundador do grupo Garantia. Complicado, n�o?
Na �rea propriamente pol�tica, a salada aumenta. Segundo revela��es anteriores e as agora atribu�das a Costa, a farra na Petrobras envolvia Eduardo Campos (PSB, hoje Marina Silva), parlamentares, governadores e ministros de PMDB, PT e PP e, � bom lembrar, pol�ticos que apoiam o tucano A�cio Neves.
Um dos mais expostos desde o in�cio � o "golden baby" Luiz Arg�lo, deputado do Partido Solidariedade. Para quem esqueceu, a legenda � aliada do PSDB. Isso para n�o falar que, entre outras alian�as, o mesmo PSDB faz dobradinha nas elei��es para governador de S�o Paulo com o PSB de Campos e Marina.
Ou seja, poucos se salvam da lamban�a. E nem se tocou ainda na ferida do lado corruptor. Quem s�o as empreiteiras, as construtoras e os empres�rios envolvidos no suposto esquema denunciado por Costa? Aguarda-se ansiosamente a revela��o (e a puni��o) de todos.
Por isso soam como ideias fora de lugar declara��es do candidato tucano A�cio Neves, ao dizer que estamos diante "das mais graves den�ncias da hist�ria recente". O candidato, como � not�rio, adora um aeroporto. Tenta, agora, reviver o clima de Rep�blica do Gale�o.
Al�m das circunst�ncias diferentes, faltam a ele a bagagem intelectual e a orat�ria de um Carlos Lacerda, que migrou para a direita e morreu no relento da pol�tica. Mesmo assim, A�cio ousou: "Est� a� o mensal�o 2: � o governo do PT patrocinando o assalto �s nossas empresas p�blicas para a manuten��o de seu projeto de poder."
E o mensal�o 1.0, nascido em Minas, pai tucano de todos os mensal�es reais ou imagin�rios, onde � que fica? O tucano Eduardo Azeredo e seus companheiros fazem de tudo para alongar o processo at� as calendas para prescrever condena��es. J� o dito mensal�o do PT acabou tal qual mula sem cabe�a.
Para o Supremo Tribunal Federal de Joaquim Barbosa, havia um chefe de quadrilha, que, como foi decidido depois, n�o tinha quadrilha a dirigir. Fora o desejo deliberado do ent�o presidente do STF de ignorar provas (o inqu�rito 2.747) que colocavam em xeque a acusa��o de uso de dinheiro p�blico.
Tem-se, ent�o, o seguinte: ao que tudo indica, a Petrobras precisa ser desinfetada, mas os insetos t�m origem variada. Outro dado: durante o governo FHC, a Pol�cia Federal realizou 48 opera��es contra corrup��o; j� no governo Lula, houve mais de 1.270, resultando em mais de 1.500 presos.
Recentemente, o PT afastou um deputado envolvido com o doleiro Alberto Youssef, impediu a candidatura de um outro acusado de liga��es com o grupo criminoso PCC, cortou na pr�pria carne na investiga��o da roubalheira de impostos em S�o Paulo e assistiu � pris�o de importantes militantes na Papuda.
Lembre-se que Youssef foi um dos grandes operadores do esc�ndalo da privatiza��o das teles no governo tucano, conforme nos refresca a mem�ria o pref�cio da reedi��o do livro "O Brasil Privatizado", do jornalista Aloysio Biondi (Gera��o Editorial). Obra que, ali�s, ajuda a entender que a diferen�a n�o est� na perman�ncia da corrup��o. Mas na disposi��o de combat�-la.
LICEN�A PARA MATAR
O site ponte.org traz uma revela��o estarrecedora. A Justi�a de S�o Paulo reformou a decis�o que havia condenado o governo estadual a indenizar Alex Silveira, rep�rter fotogr�fico. Silveira perdeu a vis�o de um olho ao ser atingido por bala de borracha da Tropa de Choque.
Na �poca, julho de 2000, trabalhava no "Agora SP", do grupo Folha. Segundo o relator da nova senten�a, a culpa foi do... fot�grafo, que, "permanecendo no lugar do tumulto, dele n�o se retirando ao tempo em que o conflito tomou propor��es agressivas, (...) colocou-se em quadro no qual se pode afirmar ser dele a culpa do lament�vel epis�dio do qual foi v�tima". Liberdade de imprensa ou licen�a para matar?
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