O ano passado terminou com a imagem de Abel Ferreira e seus dedos indicadores em direção à própria cabeça, apontando ter um plano, do qual seu time não deveria abrir mão. O jogo de inteligência teve trabalho, para ensaiar o primeiro gol da final contra o Flamengo, e sorte, por Andreas Pereira entregar o segundo para Deyverson.
Esta é a semana de Dorival Júnior x Felipão, em Flamengo x Athletico, como foi na Copa do Brasil.
O técnico do Corinthians, Vítor Pereira, usou ideia justa, que deu errado, no primeiro tempo contra o Flamengo.
Só funcionou na segunda etapa, ao conseguir tirar velocidade. Uma atuação inteligente, em que os passes curtos tornam o jogo lento e significam não correr o risco de sofrer gol.
O Corinthians circulou a bola por 61% do tempo no segundo tempo e chutou quatro vezes no alvo, o dobro do Flamengo, no período.
Ou seja, ter a bola é estratégia melhor do que deixar o Flamengo jogar. Em três confrontos contra o campeão da Copa do Brasil, o Athletico não fez nenhum gol e chutou só quatro vezes no alvo.
Nos dois mata-matas da Copa do Brasil, o time de Felipão defendeu-se com linha de cinco e só chutou uma vez na meta. A tentativa de frear o Flamengo não funcionou. A do Corinthians, sim. Nos dois casos, tratamos de estudo.
Enfrentar o melhor elenco do país exige um plano. Você pode sair de casa imaginando um caminho bom, que se torne ruim, porque havia outro carro com pneu furado na avenida.
Não tem waze que preveja um jogo. Para isso, existem os técnicos. Todo mundo sabe que, atualmente, o rival mais forte do país é o Flamengo. Dorival Júnior colocará seu time no ataque, tentará ter a posse de bola e esperar pela genialidade de Filipe Luís ajeitar, De Arrascaeta passar, Éverton Ribeiro assistir e Pedro concluir, como no gol contra o Corinthians, no Maracanã.
A melhor estratégia do Flamengo era ter a bola e será assim contra o Athletico Paranaense. Pode não conseguir, o que dependerá do adversário. A dúvida é qual será o planejamento de Felipão.
Esta é a pergunta sobre a final da Libertadores, no sábado (29), no Equador.
Felipão só terá chance em caso de rigor na estratégia, de os jogadores seguirem o que for treinado. Seu elenco tem menos capacidade de improviso. Por outro lado, o risco do Flamengo é apostar apenas na inegável genialidade de seus astros.
É a atual acusação a Dorival Júnior, excelente treinador, que deixa a cargo dos atletas as soluções para sair da marcação. Diferentemente disso, no ano passado, Abel Ferreira desenhou a jogada do primeiro gol, que mudou a cara da final da Libertadores.
O técnico não é o chefe, é o arquiteto. Questionado em entrevista ao jornal O Globo, se poderá jogar uma hipotética final de Copa do Mundo com cinco jogadores ofensivos, Tite disse que dependerá do estudo do rival e do encaixe de seu próprio time.
A carta de intenções é fazer o Brasil forte na Copa, como são o Flamengo contra o Athetico, o Manchester City contra qualquer um.
Neste caso, os adversários terão de pensar para vencer.
Tite precisará ter a força para aniquilar o adversário e, também, o antídoto para os mais capazes de criar soluções.
O futebol é um jogo de inteligência.
A ERA DUDU
O gol de Dudu foi o segundo dos 3 x 0 do Palmeiras sobre o Avaí e fechou o resultado, que parecia fácil, mas ainda era arriscado. É o símbolo palmeirense, desde 2015. Mais do que o logotipo da Crefisa. Contra o Avaí, fez seu segundo, dos cinco mais belos gols do Allianz Parque.
DESAFIO ROGÉRIO
A chance de ir à Libertadores reforça um desafio a Rogério Ceni. Para ser craque como técnico, como foi como jogador, é preciso desapegar. Lembrar-se de que cabe a ele, como treinador, melhorar jogadores que não atuam no nível em que seu professor jogou.
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