Hospitais, laboratórios e clínicas receberam um balde de água fria com a resolução do Conselho Monetário Nacional, que barrou o uso de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) por companhias abertas do setor de saúde.
Esses papéis vinham sendo utilizados como forma de atrair recursos para a expansão da rede hospitalar, especialmente na construção de novos leitos pós-pandemia.
Rede D’Or, Hapvida, Oncoclínicas e Dasa emitiram R$ 11,2 bilhões em CRIs entre 2018 e 2023 com essa finalidade.
Outras grandes empresas, como Bradesco Seguros, Mater Dei e Kora Saúde, também têm anunciado planos de investir em mais estabelecimentos e leitos.
Com a reviravolta, a expectativa é que o Ministério da Fazenda permita o uso das debêntures de infraestrutura como alternativa aos CRIs.
"Hoje é possível usar instrumentos de dívida incentivadas pelo governo para construir shoppings e imóveis de luxo, mas não para construir hospitais e clínicas", diz Breno Monteiro, presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNSaude).
Em sua defesa, as empresas de saúde de capital aberto afirmam que, nos últimos três anos, investiram, sozinhas, R$ 35 bilhões na abertura de leitos e em tecnologia.
Com Diego Felix
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