Representantes da Abranet, associação que reúne empresas financeiras e emissores responsáveis por 10% dos cartões de crédito do país, entregaram dados ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mostrando que dá para mexer no crédito rotativo sem limitar o parcelado sem juros.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, recentemente, afirmou que pretende acabar com o crédito rotativo que opera com juros acima de 400% ao ano e inadimplência de 53%.
No encontro, o chefe da pasta, confrontou os dados apresentados pela Abranet que, como noticiou o Painel S.A., situam a inadimplência das compras parceladas no cartão no mesmo patamar das realizadas no cartão à vista (mas não pagas no vencimento da fatura).
A Febraban, a federação dos bancos, sustenta que, a inadimplência, superior a 50% nas compras parceladas sem juros, pressionaria o custo de captação das instituições encarecendo as demais linhas de crédito.
Afirma ainda que, no Brasil, 75% das compras parcelas ocorrem sem juros, enquanto em outros países, como EUA e Reino Unido, esse índice é de 25%. Para a instituição, isso seria um estímulo à inadimplência.
O balanço da Febraban foi apresentado ao presidente do Banco Central e ao grupo de trabalho que discute o fim do crédito rotativo no cartão de crédito.
A medida, segundo os bancos, levará a uma redução de até R$ 350 bilhões no volume de compras.
A Fazenda, que faz parte do grupo, defende o crédito parcelado como modalidade de estímulo ao comércio.
Na reunião com a Abranet, Haddad perguntou para Carol Conway, a presidente da entidade, por que os números eram tão divergentes.
Conway, então, entregou os números do próprio Banco Central. De acordo com elas, em dezembro do ano passado, 83% das compras foram feitas à vista e 5% em mais de quatro prestações. Em valor, essa proporção foi de 50% contra 30%.
Sobre a inadimplência, os dados do BC mostram que, em março deste ano, a taxa era de 50% no rotativo e de 9,9% no crédito parcelado pelo cartão.
Com Diego Felix
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