Enquanto avançam os movimentos contra a desigualdade racial histórica na cúpula do Judiciário que pedem a escolha de uma mulher negra para a vaga do STF, as procuradorias-gerais de todos os estados preparam um diagnóstico da diversidade na advocacia pública do país.
O levantamento, que começou a ser feito no mês passado, deve ser apresentado no fim do ano no congresso de procuradores, em Santa Catarina, segundo Inês Coimbra, procuradora-geral do estado de São Paulo.
Ela afirma que as reuniões para a estruturação e a captação de dados já começaram, mas nem todos os estados se engajaram ainda com a indicação de um representante para o trabalho.
"É importante que a sociedade entenda quem são os atores de todo o sistema de Justiça, ou seja, quem são as pessoas, qual é o recorte, quem trabalha para fazer a pacificação social em uma sociedade tão heterogênea. Reflete a sociedade para a qual estão trabalhando?", diz Coimbra, que ao ser nomeada em 2022, foi a primeira pessoa negra a comandar a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) paulista nos quase 75 anos de existência da instituição.
Coimbra avalia que deveria ser uma obrigação de todas as instituições dar transparência ao diagnóstico da diversidade. "Você precisa entrar no site de uma instituição e poder saber quem são essas pessoas", afirma.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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