Na lista de diretrizes que a Fiesp preparou para encaminhar aos presidenciáveis, a entidade mencionou a estabilidade democrática e o respeito ao Estado de Direito como "condições indispensáveis para o Brasil superar seus principais desafios". O posicionamento, porém, não foi consenso dentro da Fiesp.
É que o documento ficou pronto nesta semana em que Bolsonaro fez novas declarações contra o sistema eleitoral no evento com embaixadores. E o timing foi interpretado como uma politização do material, na opinião de alguns membros da base da Fiesp que dizem ter ficado de fora da decisão.
A avaliação desse grupo é a de que o texto, que também leva assinatura do Ciesp, está bem feito do ponto de vista técnico, mas eles afirmam que, na indústria, nem todos avaliam que era necessário entrar nesse ponto, correndo o risco de indispor a entidade com Bolsonaro neste momento.
Na opinião de um alto executivo, é melhor manter o pragmatismo por ora. Outro dirigente industrial afirma que não existe no setor um consenso de que a democracia está ameaçada, apesar das declarações de Bolsonaro, às quais se refere como bobagens.
Procurada pelo Painel S.A., a Fiesp disse que o presidente da entidade, Josué Gomes da Silva, ao saber das manifestações contrárias, ficou assustado com a possibilidade de alguém ser contra pedido de democracia e Estado de Direito.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Gilmara Santos
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