A indústria brasileira de dispositivos médicos, que reclama da falta de incentivo do governo à produção nacional, expande seus esforços para crescer no mercado externo.
Segundo a Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos), o país tem entraves gerados pela falta de uma política de estado que fomente a produção local.
No ano passado, as vendas das empresas que integram o projeto de exportações da entidade cresceram 31% na comparação com 2020 --a maior alta dos últimos cincos anos, segundo Larissa Gomes, gerente na entidade.
Ela afirma que o movimento é uma maneira de lidar com os impactos das medidas adotadas pelo governo ainda no início da pandemia, que restringiram a exportação de produtos médico-hospitalares produzidos no Brasil e zeraram o imposto de importação de itens como luvas e máscaras, facilitando a entrada de mercadoria estrangeira.
O setor também retomou a exportação de sete dispositivos que não eram comercializados pelo Brasil há pelo menos quatro anos, incluindo modelos de microscópios, próteses e chapas para raio-x.
Nas últimas semanas, as empresas que compõem o projeto de exportação, chamado Brazilian Health Devices, em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), participaram de feiras em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para negociar novas parcerias.
Segundo a entidade, o grupo fechou mais de 2.000 contratos comerciais com países como Arábia Saudita, Coreia do Sul, Egito e Turquia, e espera alcançar mais de US$ 19 milhões (R$ 96,9 milhões) em negócios neste ano.
Joana Cunha com Andressa Motter e Ana Paula Branco
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