Depois de dobrar a produção diante da corrida pelos testes de Covid, fornecedores de exames agora tentam triplicar a volume, mas enfrentam falta de insumo.
A Eco Diagnóstica, que já havia decidido dobrar a produção diária de testes para 80 mil, já planeja chegar a 120 mil no fim da próxima semana, com três turnos de trabalho.
Com a explosão na demanda, a empresa chegou a sofrer com a escassez de insumos do exterior, segundo Vinicius Pereira, presidente da empresa. Ele afirma que faltou principalmente fornecimento da Coreia do Sul.
"Conseguimos regularizar agora, mas se a demanda vai continuar alta nos próximos 60 ou 90 dias, vai faltar de novo", diz.
A MedLevensohn, outra fornecedora de testes rápidos para Covid no país, afirma que está conversando com os fornecedores para trazer remessas emergenciais ao Brasil.
Nos primeiros dez dias de janeiro, a empresa registrou aumento de 400% na venda dos exames na comparação com a média mensal de 2021, que foi de 200 mil exames.
Alexandre Bitencourt, presidente do Sindilab-DF, que reúne empresas da rede privada de análises clínicas no Distrito Federal, disse que, na quinta-feira (13), já não era mais possível comprar insumos importados para os testes.
"O que tem é estoque. Nossos fornecedores prometeram fazer entrega dos reagentes só no dia 28. É uma briga internacional. O mundo inteiro, de novo, vivendo o drama de comprar ao mesmo tempo", diz.
Ele mostra preocupação, ainda, com a falta de profissionais.
"Estamos tendo problema interno de excesso de atestados médicos na equipe. Afastamento muito fora do normal por Covid, Influenza ou ambos. É um profissional difícil de conseguir no mercado. Quando se afasta, faz muita falta para nós", afirma Bittencourt.
com Andressa Motter e Ana Paula Branco
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